A segunda etapa do treinamento voltado para a implementação de Sistemas Agroflorestais começou nesta terça-feira (20) em Mato Grosso do Sul, direcionada a técnicos da Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural). A iniciativa faz parte do projeto Agroflorestar MS Carbono Neutro, que tem como objetivo a neutralização das emissões de carbono na agricultura familiar do estado. O curso, que acontece no CPAER (Centro de Pesquisa e Capacitação da Agraer), segue até quinta-feira (22).
Ministrado por Fernando Rebello, representante da ONG alemã Florests 4 Farming e especialista do Centro de Pesquisa em Agricultura, o treinamento reúne 40 técnicos de diversos municípios, incluindo Itaquirai, Terenos, Naviraí, e outros. Esses profissionais serão fundamentais na implementação do programa de carbono neutro na agricultura familiar de Mato Grosso do Sul, um projeto pioneiro no Brasil.
O projeto Agroflorestar MS Carbono Neutro é uma iniciativa do Governo do Estado, realizada pela Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação) e SEAF/Semadesc (Secretaria Executiva de Agricultura Familiar, Povos Originários e Comunidades Tradicionais), em parceria com a APOMS (Associação dos Produtores de Orgânicos do Mato Grosso do Sul), Cooperapoms (Cooperativa de Produtores Orgânicos de Mato Grosso do Sul) e a Acorn/Rabobank.
Durante a abertura do treinamento, o secretário Jaime Verruck destacou que Mato Grosso do Sul tem como meta zerar as emissões de carbono até 2030, alinhando-se ao Plano Setorial de Adaptação e Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária (ABC+), que abrange os 27 estados brasileiros. O projeto Agroflorestar foi criado justamente para incluir a agricultura familiar nesse esforço coletivo.
Segundo Humberto de Mello Pereira, secretário-executivo da Agricultura Familiar, Povos Originários e Comunidades Tradicionais, essa capacitação marca o início efetivo do trabalho dos técnicos da Agraer na implementação do programa de carbono neutro.
O projeto Agroflorestar MS Carbono Neutro pretende incluir 800 pequenos produtores rurais, cada um com 2,5 hectares de agrofloresta, totalizando 2.000 hectares em até quatro anos. Um dos diferenciais do projeto é o pagamento pelo crédito de carbono gerado pela agrofloresta, viabilizado por uma plataforma desenvolvida pela Rabobank Acorn. Essa tecnologia permite a medição do crescimento da biomassa via sensoriamento remoto e a comercialização do crédito de carbono junto à rede de clientes internacionais da Rabobank.
Fonte: SEMADESC