Nesta sexta-feira (30/8), último dia útil de agosto, o mercado do boi gordo se mostrou novamente positivo para a ponta vendedora, com altas nos preços do “boi-China” e da vaca gorda em São Paulo, informa a Scot Consultoria.
O mercado paulista abriu ofertando mais R$ 5/@ pela compra do animal padrão-exportação (abatido mais jovem, com até 30 meses de idade), agora negociado por R$ 245/@ – o que representa um ágio de R$ 7/@ sobre o bovino “comum”, destinado ao mercado interno de São Paulo (que se manteve estável nesta sexta-feira, em R$ 238/@).
Por sua vez, a Scot apurou valorização diária de R$ 2/@ no valor da vaca gorda paulista, agora apregoada em R$ 215/@. A novilha continua valendo R$ 230/@ em SP.
“A exportação segue aquecida, enquanto a oferta de boiadas em pasto diminuiu notavelmente”, observa a Scot, acrescentando que a tendência de alta para o início de setembro vem se fortalecendo.
Segundo a Scot, em agosto de 2023, a média da cotação deflacionada da arroba bovina foi de R$220,05, enquanto, em agosto/24, essa mesma média está em R$ 228,59 em São Paulo, ou seja, R$ 8,54/@ a mais no preço do boi gordo (preços a prazo e descontados os impostos).
A Agrifatto diz que uma “onda de otimismo domina o mercado físico do boi gordo neste final de mês”. “Como resultado, observamos uma redução nas escalas de abate, que, na média Brasil, caíram para 7 dias úteis no comparativo diário, o menor nível diário desde 07/02/2024”, informa a consultoria.
O destaque do dia foi para o Goiás, que registrou uma alta diária de 1,42% no boi gordo, com a arroba cotada a R$ 230,09.
Na B3, todos os contratos futuros do boi gordo seguem em tendência positiva. O destaque do dia foi o vencimento de novembro/24, com valorização diária de 0,40%, encerrando a R$ 253,50, maior patamar para este contrato até o momento.
O vencimento de outubro/24, o mais negociado, subiu 0,36% no dia, fechando a R$ 251,25/@, maior patamar desde o dia 23/01/24.
Na avaliação da S&P Global Commodity Insight, o mercado físico de boi gordo tem se mostrado otimista no final deste mês de agosto, “sustentado por um cenário de alta demanda e menor oferta”.
“Os pecuaristas têm retido os seus animais, aguardando valorizações, o que resultou em escalas de abate mais curtas, em torno de sete dias úteis, em média”, ressalta a S&P Global, que completa: “Este é o menor patamar desde fevereiro de 2024, com frigoríficos brasileiros buscando recompor seus estoques para o início de setembro”.
Embarques em alta
O mercado brasileiro de exportação de carne bovina segue aquecido, contribuindo para a sustentação dos preços no mercado interno.
De acordo com dados parciais da Secex para a última semana de agosto, houve uma variação positiva de 19,8% no volume exportado, indicando que a demanda externa continua firme.
No atacado, diz a S&P Global, a movimentação dos preços se manteve relativamente estável, refletindo um equilíbrio entre oferta e demanda.
Os cortes dianteiros avulsos, especialmente o ponta de agulha, têm registrado uma demanda mais ativa e especulativa, tanto para distribuição quanto para a indústria, levando a preços mais firmes. A oferta de carne com osso se mantém em volumes estáveis, atendendo à demanda atual sem grandes sobressaltos.
“A expectativa é de que essa dinâmica se acentue na próxima semana, com o início do recebimento dos salários”, prevê a S&P Global.
De olho no clima
O cenário climático traz preocupações ao mercado pecuário, observa a S&P Global. Após os recentes incêndios no interior de São Paulo, a Defesa Civil emitiu um novo alerta para o risco de incêndios em quase todo o Estado, devido ao aumento das temperaturas e à queda da umidade relativa do ar.
“A seca e as queimadas afetam diretamente as condições dos pastos, o que pode impactar a oferta de gado terminado para abate e até levar à morte de animais”, alerta a S&P Global
Preços dos animais terminados apurados pela Agrifatto na última quinta-feira (29/8):
São Paulo — O “boi comum” vale R$245,00 a arroba. O “boi China”, R$245,00. Média de R$245,00. Vaca a R$220,00. Novilha a R$230,00. Escalas de abates de onze dias;
Minas Gerais — O “boi comum” vale R$235,00 a arroba. O “boi China”, R$240,00. Média de R$237,50. Vaca a R$220,00. Novilha a R$230,00. Escalas de abate de sete dias;
Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$243,00 a arroba. O “boi China”, R$243,00. Média de R$243,00. Vaca a R$225,00. Novilha a R$230,00. Escalas de cinco dias;
Mato Grosso — O “boi comum” vale R$215,00 a arroba. O “boi China”, R$215,00. Média de R$215,00. Vaca a R$195,00. Novilha a R$205,00. Escalas de abate de sete dias.
Por: Portal DBO