Na última semana, o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) participou de uma reunião da Organização Mundial do Comércio (OMC) em Genebra, onde representantes do setor cafeeiro global discutiram as novas regulamentações da União Europeia, incluindo o Regulamento de Produtos Livres de Desmatamento (EUDR).
O encontro contou com a presença da diretora-geral da OMC, Ngozi Okonjo-Iweala, e líderes do setor, como Marcos Matos, diretor-geral do Cecafé. Outros participantes incluíram representantes da European Coffee Federation e da Swiss Coffee Trade Association, além de executivos de grandes empresas de café, como Lavazza e Nespresso.
Durante as discussões, os participantes expressaram seu compromisso com a sustentabilidade, mas criticaram o excesso de regulamentações que, segundo eles, podem causar disfunções no mercado e excluir países, especialmente na África. Matos destacou que, enquanto Brasil e Colômbia estão bem posicionados, muitos outros países produtores enfrentam riscos sociais elevados.
Matos também ressaltou o trabalho do Brasil em leis ambientais e sociais, citando iniciativas como o Cadastro Ambiental Rural (CAR) e políticas que favorecem práticas agrícolas sustentáveis. Ele apresentou dados que mostram a preservação ambiental e a melhoria do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) nas regiões produtoras de café.
Além disso, o diretor-geral do Cecafé discutiu os “falsos positivos” em alertas de desmatamento, que podem levar a multas injustas no comércio de café. Ele também apresentou estudos que demonstram que a cafeicultura brasileira é carbono negativa, contribuindo para a mitigação do aquecimento global.
A diretora-geral da OMC mostrou interesse nos estudos de carbono e ressaltou a necessidade de uma abordagem global unificada para as regulamentações, indicando que o exemplo brasileiro pode ajudar na construção dessa agenda.
Fonte: Cecafe