O 7º Seminário Estadual da Guavira, evento que reúniu produtores, pesquisadores, instituições públicas e entusiastas do fruto símbolo do Estado. Organizado pela Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural) em parceria com a UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul), UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) e UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), o seminário tem como principal objetivo valorizar a guavira e desenvolver estratégias para transformá-la em um ativo econômico e cultural sustentável.
Na mesa de honra, o diretor-presidente da Agraer, Washington Willeman, ressaltou o papel da pesquisa e do apoio aos agricultores familiares no desenvolvimento da guavira. “Ana Cristina Ajalla, nossa pesquisadora do Cepaer, há anos se dedica ao estudo desse fruto que vem ganhando destaque no mercado, seja em produtos artesanais ou na indústria de cosméticos, como o perfume de guavira que segue em fase de pesquisa”, lembra o dirigente que se vê como “entusiasta deste fruto que tem muito para contribuir economicamente com os nossos agricultores. A bioeconomia é uma realidade e a guavira tem um grande potencial”.
A pesquisadora Ana Cristina Ajalla, do Cepaer (Centro de Pesquisa e Capacitação da Agraer), celebra as conquistas de seus 16 anos de pesquisa dedicados à guavira. “O seminário traz resultados essenciais ao mostrar à sociedade a importância da preservação de espécies nativas do Cerrado e do resgate cultural do ato de catar e chupar guavira”, afirma ela que contabiliza os ganhos. “Quando começamos, mal sabíamos o tempo que levava para uma muda crescer. Hoje, temos dados sobre o ciclo de produção, produtividade, pragas, insetos benéficos e doenças. Agora, estamos avançando com a propagação vegetativa, e alguns desses resultados serão apresentados amanhã, no Dia de Campo”.
Ajalla também menciona o papel de Ana Tereza, da FioCruz, na criação do seminário. “Ela foi a idealizadora e sempre dizia ‘temos que realizar um seminário’. E, aqui, estamos. É importante lembrar que, sem matéria-prima, não seria viável a produção de itens como sorvetes ou cosméticos. A pesquisa é fundamental para garantir uma produção sustentável e constante de guavira, permitindo que o fruto ganhe mercado e relevância”.
Presente na abertura do evento, o deputado estadual Renato Câmara, autor da Lei Estadual Nº 5.082, que reconhece a guavira como patrimônio cultural e biológico de MS, também compartilhou sua perspectiva quanto ao seminário e a preservação do fruto. “A criação da lei foi um passo importante para proteger e valorizar a guavira. Eventos como o seminário fortalecem o propósito da lei, incentivando a pesquisa e o desenvolvimento de um mercado sustentável para o fruto, que é parte essencial da nossa identidade”.
Humberto Mello, secretário-executivo da Seaf/Semadesc, destacou a importância do apoio do Governo do Estado. “Em nome da Semadesc, quero dizer que junto à Fundect, estamos inaugurando um novo tempo de apoio às iniciativas. Este ano, abrimos um edital para extensão tecnológica, a expectativa inicial não era tão grande na questão da quantidade de projetos apresentados, e tivemos mais de 100 projetos concorrendo às bolsas, recursos, para fazer com que o conhecimento chegue ao agricultor.
A programação do seminário seguiu na UEMS, com feira da agricultura familiar e painel de pesquisas e debates. O encerramento com o Dia de Campo no Cepaer, localizado na Rodovia MS-80, Km 10, saída para Rochedo, que reunirá agricultores, pesquisadores e estudantes para um aprofundamento prático sobre o cultivo da guavira.
Texto: Aline Lira, Agraer
Fotos: Néia Maceno, Comunicação Agraer