Dados da Serasa Experian revelaram o cenário de inadimplência rural no Centro-Oeste do país. De acordo com as informações, apenas 7,4% da população agro estava inadimplente na região durante o segundo trimestre deste ano. Ou seja, um acréscimo de apenas 0,9 ponto percentual em relação ao mesmo período de 2023. Além disso, na visão por Unidade Federativa (UF), o Mato Grosso do Sul teve o menor percentual.
Ainda no Centro-Oeste, o estudo também mostrou o recorte por portes, em que os médios proprietários registraram a menor representatividade na inadimplência, de 6,4%. Em sequência estavam os pequenos, com 6,5%, e os grandes, com 7,7%. Aqueles que não possuem registro de cadastro rural – arrendatários, pessoas participantes de grupos econômicos ou familiares – tiveram o maior percentual, esse de 9,8%.
Sulistas marcaram inadimplência amena dentre as demais regiões do país
Feita a comparação do Sul com as demais regiões brasileiras, ainda no segundo trimestre de 2024, é possível constatar, segundo a Serasa Experian, que os sulistas marcavam o menor percentual de inadimplência. Em ordem crescente estava o Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e Norte.
Cenário Nacional: apenas 7,4% da população rural está inadimplente
Seguindo as mesmas características de análise, mas agora para o cenário geral do país – considerando todas as regiões – os dados mostraram que a inadimplência alcançou apenas 7,4% da população rural que atua como pessoa física no Brasil. Em comparação com os primeiros três meses de 2024, houve uma leve alta de 0,3 pontos percentuais.
De acordo com o head de agronegócio da Serasa Experian, Marcelo Pimenta, o quadro pode ser representado como relativamente positivo, pois a variação trimestral foi muito baixa. “Mesmo com as dificuldades para acesso a crédito, rolagem de dívida, patamar do preço das commodities, e outros desafios, como os acontecimentos climáticos que afetaram a estabilidade financeira no campo, os números de inadimplência no agro se mantiveram praticamente iguais e a maior parcela dos proprietários rurais do país estão conseguindo honrar seus compromissos financeiros e continuar mantendo um saldo positivo para o setor.”
Nessa visão nacional, a estratificação por porte revelou que grandes proprietários tiveram a maior representatividade e 9,8% deles foram impactados pela inadimplência. Aqueles que não possuem registro de cadastro rural – arrendatários, pessoas participantes de grupos econômicos ou familiares – vieram depois, com 9,3%. Os proprietários de médio porte marcaram 6,9% e os pequenos foram os menos afetados, com apenas 6,6%.
Quanto mais experiência, menor é o índice de inadimplência
Os dados levantados pela Serasa Experian também revelaram que, quando maior a faixa etária do proprietário rural, menor é o índice de inadimplência registado. Ainda sobre o segundo trimestre de 2024, daqueles que têm entre 50 e 59 anos, 7,2% estavam com o nome no vermelho. A partir disso, quanto mais aumenta a idade mais o percentual diminui.
Setores relacionados ao agronegócio registraram um cenário otimista
Ainda em relação ao segundo trimestre deste ano, observando os setores em que as dívidas foram contraídas e negativadas, gerando as taxas de inadimplência analisadas neste estudo, é possível identificar que as dívidas com “Instituições Financeiras” – que financiam atividades no campo – marcaram a maior fatia, de 6,5%. No entanto, os percentuais de proprietários rurais inadimplentes no “Setor Agro” e em “Outros Setores Relacionados” foram muito pequenos, de 0,1% e 0,2%, respectivamente. Essas categorias abrangem diversos produtos e serviços como agroindústrias de transformação e comércio atacadista agro, serviços de apoio ao agro, produção e revendas de insumos e de máquinas agrícolas, produtores rurais, seguradoras não-vida, transportes e armazenamentos.
Para o head de agronegócio da Serasa Experian é interessante analisar que, nesse cenário, a cadeia agro revela um quadro otimista em relação a inadimplência da população rural. “É fundamental reforçar essa diferenciação porque, se no geral apenas 7,3% dos proprietários rurais estão inadimplentes, nesse recorte o percentual é quase inexistente.”
Metodologia
Para o Indicador de Inadimplência do Agronegócio da Serasa Experian foram consideradas apenas pessoas com dívidas vencidas com mais de 180 dias e até 5 anos somando pelo menos R$ 1.000,00 dentre aquelas que estão relacionadas ao financiamento e atividades agronegócio, como, por exemplo, instituições financeiras, agroindústria de transformação e comércio atacadista agro, serviços de apoio ao agro, produção e revendas de insumos e de máquinas agrícolas, produtores rurais, seguradoras não-vida, transportes e armazenamentos.