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Como a colheita de soja maior deve elevar o frete rodoviário em 2025

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A expectativa de uma safra recorde de soja em 2024/25 deve fazer o preço dos fretes rodoviários aumentar entre 15% e 20% neste verão, na comparação com 2024, a depender da rota. Outro fator que pode levar à alta é a concentração de colheita, prevista para a segunda quinzena de fevereiro e a primeira de março.

Na rota entre Sorriso (MT), importante produtor de soja, e o porto de Miritituba, em Itaituba (MA), por exemplo, a projeção é que o frete fique em R$ 310 a tonelada em fevereiro — alcançou R$ 265 em média um ano antes.

“No ano passado, houve uma quebra de safra em algumas regiões e a colheita foi escalonada em todo o país, o que não criou um gargalo. Nesta safra, após um atraso no plantio, o clima se estabilizou e a perspectiva é que a colheita ocorra ao mesmo tempo em todo o Brasil, o que vai gerar uma demanda [de frete] bem maior que oferta”, afirma Bastiani.
Essa concentração de colheita não ocorre no país desde a safra 2020/21 e deve acontecer junto com o aumento de exportações. Isso porque o dólar valorizado estimula os embarques.

A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) também espera que os preços dos fretes se mantenham em níveis vistos pela última vez em 2023, com pico em fevereiro. Os valores também devem aumentar nos meses subsequentes, com a chegada da safra de milho, que causará pressão de demanda. “Deve ocorrer escoamentos simultâneos dessas commodities”, afirmou a Anec, à reportagem.

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A associação estima um valor médio do frete de Sorriso ao porto de Santos (SP) em R$ 460 a tonelada em fevereiro, e de cerca de R$ 500 em junho. Segundo a Anec, em 2023 o país exportou 181,7 milhões de toneladas dos produtos do complexo soja, milho e trigo e, em 2024, as estimativas apontam que essas exportações vão ficar em 161,6 milhões de toneladas.

Custo do combustível
Além da demanda que influencia o valor do frete, há também o custo do caminhoneiro e dos transportadores. Federico Vega, CEO da Frete.com, afirma que o valor diesel ficou estável em 2024, mas é provável que suba em 2025, o que deve ser repassado pelo caminhoneiro ao contratante. “Isso é uma aposta minha, mas com o câmbio no patamar atual e o preço do petróleo em alta, a Petrobras terá que reajustar o diesel”, diz.

O preço do diesel representa entre 40% e 60% do custo para movimentar um caminhão. Segundo Vega, em média, esses aumentos levam dois meses para serem repassados do motorista para o transportador, e de lá para o consumidor final, como tradings, cerealistas ou cooperativas. “O grande problema é que o caminhoneiro sempre acaba absorvendo uma parte desses custos ou leva até um ano para conseguir repassá-los integralmente”, afirmou.

Por: Globo Rural