O IPCA, o índice oficial de inflação do Brasil, anunciado no último dia 10 de janeiro, teve forte influencia em seu aumento o segmento de alimentos e bebidas, que tem o maior peso no cálculo do. Em 2024, carnes, café, leite, óleos e frutas foram os itens da categoria que mais encareceram, de acordo com o IBGE.
O resultado foi o fechamento em 4,83%, resultado acima do teto da meta para o ano, que era de 3%, com tolerância de chegar a até 4,5%.
O custo da alimentação no domicílio, subiu 8,23%, o que teve mais peso para o fechamento acima do projetado. Entre os 16 subgrupos de alimentos e bebidas que compõem a alimentação nos lares brasileiros, somente um, o de tubérculos, raízes e legumes, caiu: a queda foi de 21,17%. Farinhas, féculas e massas ficaram estáveis, e os preços de todos os demais itens subiram.
Café
Problemas climáticos que reduziram a oferta de café e o forte ritmo das exportações contribuíram para que os preços do produto aumentassem no mercado interno. O café moído saltou 39,6% na inflação de 2024, um incremento de 0,15 pontos percentuais em relação ao ano anterior.
Entre janeiro e novembro de 2024, as exportações brasileiras de café alcançaram 46,399 milhões de sacas de 60 quilos, volume recorde, superando em 3,78% a maior quantidade já registrada – 44,707 milhões de sacas, nos 12 meses de 2020, o que também é fator de acréscimo em seus valores.
Além das exportações, a elevação nos preços que atingiu o mercado interno veio do dólar valorizado frente ao real, dos estoques justos e de incertezas relacionadas ao potencial produtivo da temporada 2025/2026.
Carne
Os preços de carnes subiram 20,84% em 2024, fazendo com que o item fosse um dos vilões da inflação no grupo de alimentos. O item respondeu por 0,52 ponto percentual da taxa de 4,83% de alta do IPCA em 2024, ou 10,76% do índice geral. Foi o item com maior influência no resultado do IPCA. O aumento de 20,84% das carnes foi o mais intenso desde 2019, quando foi de 32,40%.
Exportações elevadas e preço da arroba em constante alta são alguns dos fatores para essa elevação acentuada.
Óleo
Óleos e gorduras ficaram entre os que mais subiram no grupo alimentação e bebidas em 2024. O aumento da categoria foi de 18,72% no ano passado. Somente em dezembro, o preço do óleo de soja, o principal item da categoria, subiu 5,12%.
Quebra na safra 2023/24, reduziu o volume disponível para o mercado – e, com a diminuição da oferta do grão, os preços subiram. Em seu último levantamento sobre a safra passada, de setembro, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) informou que a colheita brasileira de soja terminou como a segunda maior da história, somando 147,4 milhões de toneladas. O volume foi grande, mas ficou 4,7% abaixo do recorde de 2022/23.
Com informações: Globo Rural