
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira tarifas de importação de 10% sobre o suco de laranja brasileiro, uma medida que se soma a um já elevado imposto sobre o produto. As tarifas, que não se aplicam ao Canadá, México e Rússia, impactam diretamente a competitividade do suco brasileiro no mercado americano.
Com a nova tarifa, o custo total do suco concentrado brasileiro pode chegar a US$ 840 por tonelada. Antes da imposição da taxa, o suco já enfrentava um imposto de aproximadamente US$ 440 por tonelada. Essa elevação de custo pode pressionar os importadores a buscar descontos nos preços, complicando ainda mais a situação para os produtores brasileiros.
A situação pode ser atenuada se o México, que é o segundo maior fornecedor de suco de laranja para os EUA, também enfrentar uma tarifa de 25%. Embora essa taxa tenha sido anunciada em março, ainda há incertezas sobre sua aplicação ao suco de laranja. Se confirmada, a tarifa pode tornar o suco mexicano menos competitivo em relação ao brasileiro, mesmo com o aumento de 10% sobre o produto do Brasil.
Entretanto, a medida não deve incentivar o aumento da produção de suco na Flórida, que já enfrenta desafios devido à disseminação da doença HLB (greening). A dependência dos engarrafadores americanos do suco brasileiro e mexicano é alta, e a marca 100% Flórida já não existe mais, com rótulos indicando a origem do produto.
Na temporada 2024/25, 85% do suco de laranja importado pelos Estados Unidos deve vir do Brasil, evidenciando a importância do país no abastecimento do mercado americano. A nova tarifa, portanto, representa um desafio significativo para os produtores brasileiros, que precisam se adaptar a um cenário de custos crescentes e incertezas no comércio internacional.
Por: hfbrasil.org.br