Dia das Mães com churrasco garantido, mas boi pode perder valor após período de comemoração

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Com o Dia das Mães se aproximando (neste domingo, 11/5), a demanda doméstica pela carne bovina ganhou força nos últimos dias desta semana, informa a Agrifatto.

Tal movimento, continua a consultoria, é comprovado pelo expressivo aumento no volume de pedidos de reposição por parte do varejo. Os analistas da Agrifatto destacam a maior procura por carnes voltadas ao churrasco e ao food-service, como filé mignon, contra filé, alcatra, picanha e fralda do traseiro, que se intensificaram mesmo diante da elevação nos preços dos cortes.

Porém, diz a consultoria, após a data comemorativa, tradicionalmente esses produtos de maior valor agregado passam a ter um ritmo de saída mais lento, equiparando-se aos denominados cortes da roda, como coxão mole, coxão duro, patinho e lagarto.

Além disso, observa a Agrifatto, a partir da próxima semana, é esperada uma redução sazonal do consumo doméstico pela proteína bovina, um reflexo do menor poder aquisitivo da população na etapa final do mês, em função do esgotamento dos salários recebidos no início de maio.

Outro fator baixista para os preços da arroba é a possibilidade de elevação de oferta de “boiadas de capim” neste período final de safra, uma estratégia que visa aliviar os pastos antes da chegada do período mais seco nas regiões pecuárias do Brasil-Central.

Diante deste cenário, os frigoríficos brasileiros seguem pressionando por novas quedas nas cotações do boi gordo, amparados pelo padrão histórico de desvalorização da arroba em maio em relação aos preços de abril.

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No entanto, apesar da pressão de baixa, os preços dos animais terminados fecharam com estabilidade nesta sexta-feira (9/5) na maioria das praças do País. Pelos dados da Agrifatto, o boi gordo “comum” segue valendo R$ 315/@ no mercado paulista, enquanto o “boi-China” é negociado por R$ 325/@. “Nas 17 praças monitoradas, os preços ficaram inalterados”, ressalta a Agrifatto.

Segundo o levantamento diário da Scot Consultoria, nas regiões de São Paulo, o boi gordo vale R$ 318/@, a vaca gorda é negociada por R$ 285/, a novilha gorda está cotada em R $303 e “boi-China” é comercializado por R$ 323/@ (todos os preços são brutos e com prazo).

No mercado futuro, dando sequência ao cenário de incerteza, a B3 voltou a apresentar queda na quinta-feira (8/5). O contrato com vencimento em outubro/25 fechou o pregão cotado a R$ 336,15/@, com retração diária de 1%.

Escalas de abate mais confortáveis
Pelos levantamento semanal da Agrifatto, a programação de abates permaneceu alongada nesta semana nas principais regiões pecuárias.

A média brasileira ficou em 10 dias úteis, um avanço de 1 dia em relação à semana anterior – foi a maior programação desde 27 de dezembro de 2024.

Porém, diz a Agrifatto, a programação atual está abaixo do registrado há um ano, quando encerrou a semana com 11 dias úteis.

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Ao longo desta semana, o Mato Grosso se destacou entre as praças monitoradas, com avanço de 2 dias na programação, encerrando a semana com 9 dias úteis, segundo o levantamento da Agrifatto.

A praça paulista também registrou alta de 1 dia útil, chegando a 11 dias úteis de escala.

Por outro lado, Paraná, Goiás e Pará foram as únicas praças que apresentaram recuo na programação, com redução de 1 dia útil cada em comparação com a semana anterior.

Por sua vez, o Paraná encerrou a semana com 8 dias, Goiás com 9 dias e o Pará com 11 dias úteis programados.

Em Rondônia e Minas Gerais, as escalas permaneceram estáveis em 10 dias úteis.

Mato Grosso do Sul e Tocantins também não apresentaram alterações, encerrando a semana com 9 e 10 dias úteis, respectivamente, segundo a Agrifatto.

Inflação e a participação dos cortes bovinos
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,43% em abril/25, registrando a maior alta para o mês desde 2023, quando o indicador avançou 0,61%, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (09) pelo IBGE.

O resultado representa um avanço de 0,13 ponto percentual em relação à taxa de março/25, que foi de 0,30%, elevando o acumulado no ano para 2,48%.

No segmento de proteínas animais, destaca a Agrifatto, a carne bovina registrou alta de 0,39% em abril/25, revertendo a queda de 1,8% observada em março/25, o que representa uma variação positiva de 2,19 pontos percentuais.

Entre os cortes bovinos, o maior aumento foi verificado no peito, com avanço de 2,41%, seguido pelo lagarto redondo, com variação positiva de 2,18%.

Entre as demais proteínas, diz a Agrifatto, o frango em pedaços subiu 1,90%, enquanto o leite longa vida teve aumento de 1,71%, sendo o item com maior impacto no indicador dentro do grupo.

Já o ovo de galinha, que vinha acumulando altas expressivas, recuou 1,29% após dois meses consecutivos de elevação, embora ainda registre um aumento acumulado de 28,12% no ano.

Por: Portal DBO