Pressão no mercado do boi gordo deve continuar no curto prazo

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As cotações do boi gordo seguem pressionadas no mercado físico, e a expectativa é de que esse cenário continue no curto prazo. A avaliação é de Pedro Gonçalves, analista da Scot Consultoria.

Segundo o analista, a arroba, que recentemente girava entre R$ 320 e R$ 330 em São Paulo, já é negociada a R$ 306 — e algumas unidades frigoríficas já trabalham com valores abaixo de R$ 300. Para Gonçalves, essa queda é resultado de um conjunto de fatores.

“As unidades frigoríficas compraram bastante apostando em uma demanda mais forte para o Dia das Mães. Como o consumo não veio no mesmo compasso, os estoques aumentaram, as escalas foram alongadas e a necessidade de compra caiu”, explicou.

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Além disso, o avanço do outono reduz a qualidade das pastagens, o que amplia a oferta de animais prontos para abate. Mesmo com as exportações batendo recordes, o mercado interno segue fraco, e com maior disponibilidade e menor urgência dos compradores, o mercado sente a pressão, que deve persistir nas próximas semanas

Outro ponto que pode afetar o mercado no curto prazo é o impacto indireto da gripe aviária registrada no Rio Grande do Sul. A suspensão de exportações de carne de frango aumenta a oferta dessa proteína no mercado interno, o que eleva a concorrência e pressiona ainda mais os preços do boi gordo e do suíno.

“Quando você aumenta a disponibilidade de uma proteína, as concorrentes tendem a se pressionar também”, destacou o analista.

Por: Portal DBO