Atraso na colheita do milho preocupa produtores de MS, mas estado mantém alta na produção

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Mesmo com o ritmo lento da colheita da segunda safra de milho em 2025, Mato Grosso do Sul deve registrar mais uma vez crescimento na produção. Segundo dados da Aprosoja/MS, por meio do projeto SIGA-MS, até a terceira semana de julho apenas 20,1% da área cultivada havia sido colhida — um atraso de 30 pontos percentuais em relação ao mesmo período do ano passado.

O motivo principal, segundo o assessor técnico da entidade, Flávio Aguena, é o excesso de chuvas em várias regiões. “Na fase final da safra, o excesso de chuvas em determinadas localidades elevou a umidade dos grãos e dificultou a entrada das máquinas nas lavouras. Essa situação acaba impactando diretamente no ritmo da colheita”, explicou.

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A colheita segue mais avançada na região Sul do estado (21,4%), seguida pela região Central (19,5%) e pela região Norte (12,8%). A previsão do SIGA-MS é que os trabalhos se estendam até o fim de agosto.

Apesar das dificuldades, os números confirmam a força do setor produtivo sul-mato-grossense. O estado deve colher 10,1 milhões de toneladas de milho, numa área plantada de 2,1 milhões de hectares. A produtividade média estimada é de 80,8 sacas por hectare.

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Os dados confirmam a tendência de crescimento registrada nas últimas safras. Em 2020, o estado colheu 8,5 milhões de toneladas em 1,8 milhão de hectares. Desde então, a área cultivada cresceu 16,6%, e a produção subiu quase 19%. Os bons resultados são puxados pelo avanço tecnológico, pelo uso de cultivares adaptadas ao clima regional e pela força do produtor rural.

No entanto, o atraso na colheita gera preocupação com o escoamento, o que pode causar alteração na janela de exportação, encarecendo a produção para o produtor itens como armazenagem e frete, mesmo em um ano bom de produção.

A maior parte do milho sul-mato-grossense é exportada por rodovias até os portos de Paranaguá (PR) e Santos (SP). Qualquer atraso na cadeia pode afetar os preços recebidos pelos produtores.

Da redação
Com informações: Aprosoja MS