
Enquanto estados do Sul e Sudeste enfrentam riscos bilionários, Mato Grosso do Sul deve ser pouco afetado pelas tarifas americanas. Segundo dados da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação do MS), os principais destinos das exportações sul-mato-grossenses são China, Hong Kong, Egito e Chile, com forte concentração no setor agropecuário — especialmente carnes, grãos e celulose, que ficou de fora da sobretaxa.
O presidente da Acrissul, Guilherme Bumlai, reforça essa posição: “Nosso foco de exportação é muito mais diversificado. A carne bovina de Mato Grosso do Sul, por exemplo, é fortemente direcionada à Ásia e ao Oriente Médio. O tarifaço dos EUA não deve nos atingir diretamente.”
Em 2024, os EUA representaram apenas 2,7% das exportações sul-mato-grossenses, segundo dados do ComexStat. Ainda assim, a produção industrial e agrícola do estado mantém atenção ao cenário global, especialmente por conta de possíveis redirecionamentos comerciais de outros estados mais afetados.
Estados com maiores prejuízos estimados com as tarifas dos EUA
(Fonte: CNI, MDIC, UFMG – estimativas para 2024)
| Estado | Perda estimada (R$) | Participação dos EUA nas exportações |
|---|---|---|
| São Paulo | R$ 4,4 bilhões | 19,0% |
| Rio Grande do Sul | R$ 1,9 bilhões | 8,4% |
| Paraná | R$ 1,9 bilhões | 6,8% |
| Santa Catarina | R$ 1,7 bilhões | 10,4% |
| Minas Gerais | R$ 1,6 bilhões | 9,3% |
| Amazonas | R$ 1,1 bilhão | 12,4% |
| Pará | R$ 973 milhões | 3,6% |
Enquanto parte significativa dos estados brasileiros sofre com os impactos diretos do aumento tarifário dos EUA, Mato Grosso do Sul mostra resiliência graças à sua diversificação de mercados e vocação exportadora ligada ao agro. Ainda assim, especialistas alertam que, mesmo sem efeito direto, o estado deve manter vigilância sobre mudanças na dinâmica de comércio internacional que possam gerar concorrência indireta ou pressão sobre preços.
Da redação por Amanda Coelho
