
Mato Grosso do Sul vive uma verdadeira revolução em sua infraestrutura logística e produtiva. Com obras robustas, integração de modais e atração de empreendimentos de grande porte, o estado caminha para se tornar um dos maiores eixos de escoamento e industrialização do agronegócio brasileiro. A estimativa é de que os investimentos públicos e privados em logística superem R$ 13 bilhões até o final da década, com potencial de gerar mais de R$ 30 bilhões em impacto econômico direto e indireto — apenas no agro.

Segundo estudo do IPEA, cada R$ 1 bilhão investido em infraestrutura pode resultar em até R$ 3,5 bilhões de crescimento do PIB em uma década. Aplicando essa projeção à realidade sul-mato-grossense, o salto esperado coloca o estado entre os mais promissores do país para negócios, desenvolvimento rural e transformação industrial.
“Mato Grosso do Sul está no centro de uma grande virada estratégica. A logística eficiente é o elo que faltava para consolidarmos o estado como potência nacional do agro”, afirmou Marcelo Bertoni, presidente da Famasul, em declaração recente.
Infraestrutura de alto impacto
Entre os projetos mais ambiciosos, está a nova concessão da BR-163 à empresa Motiva, que prevê R$ 16,6 bilhões em investimentos ao longo de 847 km. As obras incluem duplicações, faixas adicionais, acostamentos, viadutos e áreas de descanso — modernizações que irão garantir mais segurança e agilidade ao transporte de grãos, carnes e celulose.
Outro projeto relevante é a Rota da Celulose, com previsão de R$ 10 bilhões em melhorias viárias. A iniciativa visa conectar centros industriais florestais como Três Lagoas, Ribas do Rio Pardo e Água Clara, ampliando a capacidade de escoamento da cadeia produtiva da celulose — setor em que MS já ocupa posição de destaque global.
A Rota Bioceânica, por sua vez, é a aposta mais ousada para conectar Mato Grosso do Sul aos portos do Pacífico, no Chile. A via irá reduzir drasticamente o tempo e o custo para exportações rumo à Ásia. O secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, já afirmou que a rota “irá reposicionar o estado no comércio internacional”, abrindo novas frentes para carnes, grãos, energia e produtos industrializados.

Malha integrada: rodovias, ferrovias e hidrovias
O plano estadual de logística inclui integração entre rodovias e modais hidroviários. A hidrovia do Rio Paraguai, entre Corumbá e Porto Murtinho, está em fase avançada de estudos para concessão. A expectativa é de reduzir em até 30% o custo do frete por tonelada transportada — um ganho essencial para a competitividade sul-mato-grossense.
Além disso, a logística rural também está no radar. Em parceria com a CNA e a Esalq/USP, técnicos percorreram 1.300 km de estradas vicinais na região de Dourados para mapear gargalos e propor soluções. O estudo integra a Portaria nº 777/2025 do MAPA, que estabelece diretrizes para melhorias estruturais no campo.
“A logística vicinal impacta diretamente na entrega da produção. A conexão entre o campo e as grandes rotas precisa ser tratada como prioridade nacional”, declarou o diretor técnico da Famasul, Lucas Galvan, em nota publicada em junho.
Investimentos no modal aéreo
Até 2026, o Plano Aeroviário Estadual deve aplicar R$ 250 milhões na modernização de aeroportos. Já estão em andamento a ampliação da pista do Aeroporto Santa Maria (Campo Grande) e a construção do novo terminal em Dourados. O objetivo é ampliar o fluxo de cargas e passageiros, impulsionando a conexão internacional do estado.



MS: referência em previsibilidade e confiança
O novo cenário logístico vem consolidando Mato Grosso do Sul como um dos melhores locais do mundo para investir em agroindústria. Grandes grupos dos setores de armazenagem, energia e transporte vêm sondando o estado. A diversificação da matriz econômica, somada ao crescimento sustentável, torna a região uma referência para negócios sólidos e previsíveis.
Em declarações anteriores ao Caderno Agro, Guilherme Bumlai, presidente da Acrissul, foi categórico: “Se alguém procura estabilidade, clima favorável, logística em expansão e um setor produtivo maduro, não tem lugar melhor que o nosso estado.”
Perspectiva para o futuro
Veja no gráfico abaixo a projeção de investimentos e impacto no PIB do agro sul-mato-grossense até 2030: Com os projetos em curso e a força do setor produtivo, Mato Grosso do Sul se firma não apenas como um estado com grande potencial, mas como o melhor lugar do planeta para investir no agronegócio do futuro.
Por: Henrique Theotônio e Amanda Coelho
Fotos: Semadesc
