Setor do alumínio estima prejuízo de R$ 1,15 bilhão com tarifas dos EUA e alerta para riscos sistêmicos

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semestre de 2025, o setor já acumulou perdas de R$ 350 milhões com a escalada tarifária iniciada em março.

Efeitos colaterais e risco sistêmico

A entidade alerta ainda para riscos indiretos que vão além dos prejuízos imediatos. A exclusão da alumina das tarifas, embora positiva, não elimina a possibilidade de rupturas na cadeia de suprimento regional, dada a forte interdependência entre Brasil, Canadá e Estados Unidos na produção e refino do metal. Em 2024, o Brasil exportou 1,3 milhão de toneladas de alumina para os EUA, insumo usado para produzir 90% do alumínio primário americano.

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“Há risco de desequilíbrio nas etapas da cadeia, afetando o abastecimento e a previsibilidade das operações industriais, inclusive em países não diretamente atingidos pelas tarifas”, destaca o comunicado.

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Disputa global por sucata e impacto na economia circular

Outro efeito colateral em curso é o aumento da pressão sobre os preços da sucata de alumínio, que se tornou mais competitiva frente ao alumínio primário. Isso tem alimentado uma disputa internacional por sucata e pode comprometer a segurança de suprimento de metal reciclado — recurso estratégico para a transição energética e a reindustrialização verde do Brasil.

A ABAL defende que o debate sobre os efeitos das tarifas seja mais amplo do que uma análise puramente comercial.

“É preciso considerar a importância de setores estratégicos como o alumínio para a sustentabilidade e a resiliência das cadeias produtivas, e buscar soluções que preservem o equilíbrio e a previsibilidade das relações comerciais globais”, afirma.

Por: Abal