
O segundo leilão do Programa Eco Invest Brasil mobilizou um volume expressivo de capital para projetos sustentáveis no país. Com a participação de 11 instituições financeiras, a iniciativa recebeu demanda de R$ 17,3 bilhões em recursos catalíticos — montante que tem potencial de destravar R$ 31,4 bilhões em investimentos totais voltados à recuperação de áreas degradadas em todo o território nacional.
Do total demandado, R$ 16,5 bilhões foram contemplados por meio da linha pública de capital catalítico. O volume deverá viabilizar a restauração produtiva de aproximadamente 1,4 milhão de hectares, com apoio direto a produtores comprometidos com o uso sustentável da terra. Os recursos serão desembolsados ao longo de 2025, 2026 e 2027.
“A resposta do setor financeiro foi muito positiva. Estamos estruturando instrumentos financeiros inteligentes que aumentam a produtividade e competitividade do Brasil, recuperando áreas degradadas, fortalecendo a segurança alimentar e posicionando o país na vanguarda da economia verde global”, destacou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
A iniciativa se insere no contexto do Plano de Transformação Ecológica, do Programa Caminho Verde Brasil — do Ministério da Agricultura e Pecuária — e do Plano Nacional de Recuperação de Vegetação Nativa (Planaveg), coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima.
Para a ministra Marina Silva, o leilão demonstra a eficácia da combinação entre inovação financeira e compromissos ambientais.
“Este 2º leilão será fundamental para a promoção de ações de restauração florestal e desestímulo ao avanço da fronteira agropecuária”, afirmou.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, reforçou que a operação representa um “salto de escala para a agricultura regenerativa no Brasil”. Segundo ele, o apoio via crédito estruturado dá mais segurança ao produtor rural para investir em práticas que restauram o solo e ampliam a produtividade de forma sustentável.
Apoio internacional e geração de empregos
A rodada contou com apoio técnico do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e da Embaixada do Reino Unido no Brasil. O presidente do BID, Ilan Goldfajn, estimou que os investimentos devem gerar mais de 170 mil empregos e recuperar uma área equivalente a três vezes o tamanho do Distrito Federal.
“O programa fomenta a criação de novos mercados, amplia a mobilização de investidores e fortalece a resiliência econômica, ambiental e social”, disse.
A embaixadora britânica Stephanie Al-Qaq também ressaltou o papel estratégico do Eco Invest.
“O Reino Unido tem orgulho de apoiar iniciativas que aliam inovação financeira e impacto climático real. Essa parceria fortalece cadeias sustentáveis em larga escala”, afirmou.
Outro destaque do leilão foi o aumento do engajamento do setor bancário nacional: três das instituições participantes aderiram ao programa pela primeira vez, sinalizando o crescente interesse do mercado por operações alinhadas à sustentabilidade.
Próximas etapas
Com o resultado, o Eco Invest Brasil consolida sua posição como ferramenta de referência para atração de capital verde. O programa já prepara novas rodadas de captação ainda para o segundo semestre de 2025, com foco em operações de equity e financiamento de projetos sustentáveis na Amazônia Legal.
Criado para fomentar investimentos sustentáveis e proteger projetos da volatilidade cambial, o Eco Invest integra o plano “Novo Brasil”, que busca reposicionar a economia brasileira por meio de uma transição ecológica estruturada e articulada entre os setores produtivos, o meio ambiente e a inovação.
Por: MAPA (Ministério da Agricultura e Pecuária)
