A avicultura brasileira registrou desempenho expressivo no segundo trimestre de 2025, com crescimento na produção de ovos e leve melhora no poder de compra dos produtores, mesmo diante da pressão dos custos com insumos.
Segundo o IBGE, analisado pelo Cepea, entre abril e junho foram produzidas 1,03 bilhão de dúzias de ovos para consumo, alta de 3,2% frente ao trimestre anterior e de 7,2% em relação ao mesmo período de 2024. Em maio, o setor renovou o recorde mensal da série histórica, iniciada em 2012, ao alcançar 349,5 milhões de dúzias, crescimento de 7% sobre o mesmo mês do ano passado.
Apesar da maior oferta, os preços não recuaram com tanta intensidade no mercado interno, já que as exportações ajudaram a enxugar a disponibilidade doméstica. A caixa com 30 dúzias do ovo tipo extra branco, negociada em Bastos (SP), teve queda de 4,3% no trimestre, enquanto o produto vermelho recuou 6% na mesma praça.
No campo, levantamentos do Cepea apontam que os avicultores paulistas têm conseguido melhorar o poder de compra na parcial de setembro. Isso porque, embora milho e farelo de soja — principais insumos da atividade — apresentem valorização, o frango vivo vem registrando aumentos um pouco mais intensos, favorecendo a margem dos produtores.
Pesquisadores explicam que a valorização do animal está ligada ao tradicional aquecimento da demanda na primeira quinzena do mês. No caso do milho, mesmo com estimativas de safra 2024/25 indicando crescimento, os preços continuam firmes devido à demanda aquecida e à postura mais cautelosa dos vendedores, que limitam a oferta no mercado spot. Já o farelo de soja tem registrado oscilações regionais, impulsionadas pela retomada das compras por parte dos consumidores.
O cenário mostra que, mesmo diante de custos de produção elevados, a avicultura brasileira segue sustentada por recordes de produtividade e por um mercado interno e externo equilibrado, o que mantém o setor em ritmo positivo.
Por: Amanda Coelho