Carne bovina de MS ganha força nas exportações e ajuda Estado a alcançar superávit de US$ 6,3 bilhões

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Mato Grosso do Sul segue consolidando sua posição como um dos maiores exportadores do agronegócio brasileiro. Entre janeiro e setembro de 2025, o Estado registrou US$ 8,18 bilhões em exportações e US$ 1,83 bilhão em importações, alcançando um superávit de US$ 6,34 bilhões, segundo a Carta de Conjuntura do Comércio Exterior elaborada pela Semadesc.
O resultado representa um aumento de 10,84% em relação ao mesmo período de 2024 e confirma a força das commodities produzidas em solo sul-mato-grossense.

Carne bovina avança e assume papel estratégico

Entre os produtos exportados, a carne bovina teve crescimento expressivo: passou de 11,25% do total exportado em 2024 para 15,92% neste ano. A ampliação consolida o segmento como terceiro principal item da pauta de exportações, atrás apenas da celulose (29,22%) e da soja (25,58%).

Para o presidente da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), Guilherme Bumlai, o desempenho reflete o trabalho consistente dos pecuaristas na melhoria da qualidade e na diversificação dos mercados.

“O mundo reconhece a qualidade da carne produzida em Mato Grosso do Sul. Temos um rebanho rastreado, genética de ponta e manejo sustentável. Esse avanço nas exportações mostra que o produtor sul-mato-grossense está preparado para atender os mercados mais exigentes”, afirma Bumlai.

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Segundo ele, a abertura de novos mercados — especialmente no Sudeste Asiático e no Oriente Médio — tem ajudado a reduzir a dependência da China, que ainda responde por 46,11% das compras do Estado.

“A diversificação é o caminho para garantir estabilidade e preços mais competitivos. O consumidor internacional está cada vez mais atento à sustentabilidade, e MS tem condições de ser vitrine nesse tema”, completou o dirigente.

Balança comercial sólida

O secretário da Semadesc, Jaime Verruck, destacou que a redução nas importações — especialmente do gás natural boliviano, cuja compra caiu 33,03% em valor e 30,69% em volume — também contribuiu para o aumento do superávit.

“Nossa economia está fortemente alicerçada em commodities como celulose, soja e carne. A queda na importação de gás e o bom desempenho das exportações consolidam Mato Grosso do Sul como um Estado essencialmente exportador”, pontuou Verruck.

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Qualidade e sustentabilidade impulsionam reconhecimento

De acordo com o Presidente da Nelore MS, Paulo Matos, a pecuária do Estado vive um novo momento.

“A carne de Mato Grosso do Sul é hoje sinônimo de qualidade e sustentabilidade. Investimos em genética, nutrição e rastreabilidade, com práticas que respeitam o meio ambiente e garantem carne de alto padrão para exportação. Isso explica o salto na participação do setor na pauta de exportações”, destacou.

O Estado possui um rebanho superior a 18 milhões de cabeças, com forte presença de raças zebuínas, especialmente Nelore. Os frigoríficos locais têm ampliado investimentos em tecnologia e certificações de origem, o que facilita o acesso a mercados premium, como União Europeia, Chile e Emirados Árabes Unidos.

Trabalhos da indústria da carne nas exportações

Cenário positivo e perspectivas

Com a celulose e a soja mantendo bom desempenho e a carne bovina em trajetória ascendente, Mato Grosso do Sul deve encerrar 2025 com um dos maiores superávits de sua história.
O Estado consolida-se como referência em sustentabilidade, rastreabilidade e eficiência produtiva, fatores que o colocam entre os protagonistas do agronegócio brasileiro.

Por: Henrique Theotônio e Amanda Coelho