Abate de fêmeas cai pela primeira vez no ano

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Sem nunca ter a pretensão de ensinar o vigário a rezar o rosário e a recitar o relicário, e tendo plena sabedência de que isso já é do conhecimento de todo mundo que nos dá a honra de ter a sua audiência, a gente pede licença pra fazer a recordação de que a virada do ciclo da pecuária é uma questão quase matemática, e mesmo demorando alguns dias a mais ou a menos, que ela vai acontecer é feijão contado e fato sempre comprovado, né. E pra saber quando é que ela vai começar ninguém nem precisa ter parte com as artes da adivinhação, e o requerimento é só reparar e prestar atenção na entrada de fêmeas na programação de serviço do frigorífico. Pois então, o que tem pra ser contado é que, nas indústrias com inspeção federal no Brasil inteiro, a quantidade de vacas e novilhas abatidas caiu pela primeira vez este ano agora em setembro, isso na comparação mensal.

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De acordo com dados levantados pelo pessoal da consultoria Agrifatto, no mês passado foram pro gancho 939,6 mil cabeças, o que representou uma redução de 7,6% em relação a agosto, sendo ainda o menor volume registrado desde dezembro do ano passado. Além disso, a participação delas no total de animais abatidos caiu pra 35,5%, ou 3,1% a menos do que em agosto, e também o menor percentual desde o dezembro último. Já no caso dos machos, aconteceu justamente o contrário, com os abates de setembro passando um pouco de 1,7 milhão de animais, o que dá 5,9% a mais do que no mês retrasado, e vem a ser justamente o maior número recebido pela indústria desde o derradeiro mês do 2024.

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A explicação pra esta situação atual tem duas partes, sendo que a primeira é a estação de monta, que tá em pleno andamento na maioria das regiões de pecuária do país. Por conta disso, naturalmente a demanda por fêmeas pra reprodução sempre aumenta nesta época, e isso acontece todos os anos, sendo então que o resultado lógico é a redução no abate de vacas e novilhas e o aumento da presença dos machos na linha do frigorífico. Mas a segunda questão é que, agora neste 2025 que tá em andamento, a oferta de bezerros já tá apertada e a previsão é de um encurtamento maior ainda no ano que vem, o que fazendo o preço do gadinho mais novo e da reposição em geral desembestar na subida do estradão. Passando o traço e arrematando logo a prosa, já dá pra falar, sem medo de errar, que o ciclo da pecuária acabou de virar.

Por: Terra Viva