Mato Grosso do Sul se consolida como potência nacional na produção de etanol de milho

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Mato Grosso do Sul reafirma sua posição de destaque no cenário da bioenergia brasileira, impulsionado pela expansão da produção de etanol de milho — uma alternativa que alia sustentabilidade, competitividade e geração de novas oportunidades no campo. O avanço está alinhado à meta da Famasul de tornar o estado carbono neutro até 2030, fortalecendo o desenvolvimento econômico e ambiental do agronegócio sul-mato-grossense.

Na safra 2024/2025, três usinas — Inpasa Dourados, Inpasa Sidrolândia e Neomille CerradinhoBio, em Maracaju — foram responsáveis por 38,1% dos 4,3 bilhões de litros de etanol produzidos no estado. Segundo a Conab, a projeção para a próxima safra (2025/2026) é de 4,9 bilhões de litros, sendo 42,8% oriundos do milho, confirmando o ritmo acelerado de crescimento da bioenergia no estado.

“Estamos vivenciando uma transição energética, saindo de um combustível fóssil para um renovável. O etanol representa ganhos ambientais e econômicos tanto para o produtor quanto para o consumidor”, explica Jean Américo, analista de economia do Sistema Famasul.

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Além da geração de energia limpa, o etanol de milho vem transformando a dinâmica regional. As usinas localizadas em pontos estratégicos facilitam o escoamento da safra, reduzem custos logísticos e ampliam a renda do produtor. A presença industrial tem estimulado também o crescimento da segunda safra de milho, com expectativa de 14 milhões de toneladas em 2025, e fomentado integrações produtivas com a pecuária e a suinocultura.

O gráfico acima mostra o crescimento da produção total e do etanol de milho entre as safras 2024/2025 e 2025/2026, confirmando o protagonismo do estado na bioenergia

“A demanda das usinas incentiva o produtor a manter ou ampliar a área de milho. Os coprodutos, como o DDG e o WDG, retornam ao campo como insumos de alto valor nutricional, barateando custos e fortalecendo sistemas como a ILPF”, destaca Lenon Lovera, consultor técnico da Famasul.

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Hoje, o estado conta com 19 usinas de cana-de-açúcar e 3 de etanol de milho em operação. Para Amaury Pekelman, presidente da Biosul, o crescimento recente marca uma nova era para o setor:

“Foi um passo estratégico para complementar o potencial produtivo do estado. Mato Grosso do Sul se consolida como um dos líderes em biocombustíveis sustentáveis do país.”

A cadeia do milho também tem gerado valor agregado com a produção de óleo, CO₂ industrial e coprodutos destinados à nutrição animal, fortalecendo a sinergia entre agricultura e proteína. Esse modelo de logística reversa, em que o milho abastece as indústrias e os coprodutos retornam às fazendas, tem impulsionado a instalação de fábricas de ração, confinamentos e centrais de distribuição, gerando emprego, renda e inovação no interior.

Com tecnologia e sustentabilidade, Mato Grosso do Sul caminha para se tornar um verdadeiro hub verde de energia renovável, exemplo nacional de integração entre campo, indústria e meio ambiente.

Por: Amenda Coelho