O Caderno Agro acompanhou, nesta quinta-feira (27), mais uma edição do MS Agro, evento que já se consolida ano após ano como um dos principais encontros do agronegócio sul-mato-grossense. A 16ª edição, realizada na sede da Famasul, reuniu lideranças rurais, técnicos, autoridades e especialistas de renome nacional — entre eles o economista Ricardo Amorim, eleito pela Forbes como o analista econômico mais influente do País.
Com auditório lotado e transmissão online que ampliou o alcance do debate, o MS Agro manteve sua marca principal: informação qualificada para tomada de decisão em um momento de volatilidade nos mercados e grandes desafios para o setor produtivo.
Crescimento de Mato Grosso do Sul no centro do debate
Em sua palestra, Ricardo Amorim destacou o cenário excepcional vivido pelo agro brasileiro e, especialmente, por Mato Grosso do Sul. Dados da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) confirmam que o estado teve, nos últimos anos, um dos maiores crescimentos do PIB do Brasil, impulsionado principalmente pela agricultura e pela pecuária.
Segundo Amorim, o desempenho sul-mato-grossense supera inclusive o ritmo chinês em determinados períodos.
“O Agro brasileiro cresce a ritmo que chinês tem inveja. Mato Grosso do Sul tem sido o estado que mais avança por causa do agronegócio. Esse movimento puxa indústria, serviços e fortalece toda a economia local”, afirmou.
O economista reforçou ainda que o MS vive expansão simultânea em grãos, carne bovina, leite, florestas cultivadas e bioenergia — setor no qual o estado é referência nacional com a produção de etanol de milho.
Famasul destaca papel da análise econômica no campo
O presidente do Sistema Famasul, Marcelo Bertoni, ressaltou, durante abertura, que eventos como o MS Agro cumprem o papel de aproximar o produtor rural de dados concretos e análises estratégicas.
“A forma didática e clara do Ricardo Amorim traduz cenários complexos e leva informação qualificada ao produtor sul-mato-grossense, mostrando tendências não só do Brasil, mas do mundo”, afirmou.
Bertoni também mencionou sua atuação junto à CNA em Brasília, reforçando que a defesa do setor passa por debates econômicos consistentes, especialmente diante das projeções para 2026.
Produtividade, custos e venda: os três pilares do resultado no campo
Na fala central, Amorim estruturou sua análise a partir de três fatores que determinam o resultado do produtor rural:
- Produtividade – “o que se faz dentro da porteira”;
- Custos de produção – influenciados tanto pelo manejo quanto pelos mercados globalizados;
- Estratégia de venda – ponto onde os produtores mais têm dificuldade por falta de tempo.
Para ele, a qualificação profissional oferecida pelo Senar/MS, parceiro do evento, é determinante para que o produtor consiga lidar com um mercado cada vez mais técnico.
“O trabalho que vocês fazem aqui no MS é incrível. A transformação que vem acontecendo é sensacional”, afirmou.
Segurança jurídica e desafios para atrair investimentos
Após a palestra, Marcelo Bertoni conduziu um bate-papo com perguntas do público. A insegurança jurídica — tema sensível ao produtor rural — dominou as discussões.
Amorim foi direto: “Se não houvesse a insegurança jurídica, estaria chovendo dinheiro aqui. Mesmo com os problemas, entraram US$ 10 bilhões em investimentos no mês passado. Imagine se o país parasse de atrapalhar.”
Para ele, embora fatores externos sigam influenciando o agro mundial, o Brasil mantém uma posição estratégica na produção de alimentos, energia e sustentabilidade, e Mato Grosso do Sul é exemplo claro dessa força.
Evento cresce e leva o MS ao debate nacional
Com plateia cheia, presença de autoridades e patrocínio do Senar/MS e do Sistema OCB/MS, o MS Agro 2025 reforça sua importância no calendário estadual. Ao longo das últimas edições, o evento vem trazendo nomes como Alexandre Mendonça de Barros, Marcos Jank e Alexandre Garcia, consolidando a Famasul como centro de discussões de alto nível.
O Caderno Agro acompanhou in loco a edição deste ano e constatou o que o público já reconhece: o MS Agro não apenas entrega conteúdo, mas aproxima o produtor das tendências globais, fortalecendo a competitividade do estado e ampliando o diálogo com o mercado nacional.
Por: Henrique Theotônio