O Brasil projeta uma produção de aproximadamente 299 milhões de toneladas de grãos para a safra de 2023/2024. Esse volume representa queda de 21,2 milhões em relação ao resultado da temporada anterior. Os dados foram divulgados nesta semana pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Para a soja, a estimativa de produção da safra 23/24 é de 147,38 milhões de toneladas, 4,7% menor que na safra passada. No caso do milho, a colheita da segunda safra está avançada, superando a marca de 90% da área cultivada no país. A produção do grão está estimada em 90,28 milhões de toneladas, mas o clima e a redução de área interferiram no resultado. De acordo com o último levantamento da Conab, o Paraná, São Paulo e o Mato Grosso do Sul sofreram com as altas temperaturas e os ataques de pragas comprometendo o potencial produtivo do cereal. Em entrevista, o CEO da Agromove, Alberto Pessina, avaliou esse cenário e sugeriu mais cautela e estratégia. “Os produtores que utilizaram a Bolsa para proteger a safra e a ‘safrinha’ 2023/2024 tiveram bons resultados. No caso da soja, tivemos produtores que venderam a produção a US$ 30/sc e receberam até 3 dólares a mais por saca. No milho tivemos produtores que protegeram a safra 23/24 a R$ 70/sc, recebendo até R$ 14,00/sc a mais que o mercado. Àqueles que não recorreram a essa proteção estão enfrentando fortes prejuízos. Além disso, os recursos do Plano Safra, além de insuficientes, apresentam juros elevados, agravando a situação financeira dos produtores.”
Para a próxima safra, espera-se uma redução nos custos de produção, mas também uma queda nos preços de venda. “Os produtores que não estiverem atentos às margens de negociação dos insumos correm um grande risco de enfrentar mais uma safra ruim em 2024/2025, devido ao aumento significativo no volume global produzido de soja.”, avalia Pessina.
Já no setor pecuário o cenário é de retomada com a expectativa de virada de ciclo. Os abates de vacas e novilhas vêm diminuindo gradualmente em Mato Grosso, maior estado produtor de carne vermelha do país, atingindo a marca de – 49,72% no primeiro semestre. De acordo com a Agromove, o ciclo pecuário está próximo do fim, indicando que 2025 tem expectativa de menor oferta de matrizes para os frigoríficos, elevando o preço do bezerro, o que piora a relação de troca. Mas por outro lado os preços do boi gordo tendem a melhorar.
Por: Terra Viva