A Orplana (Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil) está monitorando de perto os danos causados pelos incêndios que têm afetado as propriedades rurais no estado de São Paulo e em outras regiões do Brasil.
Em uma atualização divulgada nesta sexta-feira (13), a organização revelou que entre os dias 23 de agosto e 10 de setembro foram detectados mais de 3 mil focos de incêndio, resultando na queima de mais de 181 mil hectares de áreas cultivadas com cana-de-açúcar e áreas de rebrota no estado de São Paulo.
O impacto financeiro é estimado em mais de R$ 1,2 bilhão, considerando os danos à cana em pé, às soqueiras e à qualidade da matéria-prima, além dos custos associados ao manejo e replantio. Importante destacar que a Orplana não inclui na contagem áreas de APP, reservas legais, margens de rodovias, pastagens, entre outros.
José Guilherme Nogueira, CEO da Orplana, explica que a organização utiliza dados de satélites para monitorar as áreas afetadas, identificando mudanças na coloração e possíveis danos à cana. “Através da espectrofotometria, podemos diferenciar as áreas afetadas e verificar o impacto dos incêndios. As informações também são complementadas por inspeções a campo”, detalha Nogueira.
Segundo Nogueira, os produtores estão agora avaliando os danos e planejando os próximos passos. “O custo de renovação do canavial é em torno de R$ 13,5 mil por hectare. Mesmo nas áreas de rebrota que ainda são viáveis, podem ser necessários manejos e adubações adicionais, o que também representa um custo. A palha que havia anteriormente ajudava a controlar plantas daninhas, reter água e melhorar a matéria orgânica do solo. Além disso, as rebrotas de cana com 3 a 4 meses foram destruídas, acumulando cinzas que também exigem manejo”, acrescenta.
Para a Orplana, que representa atualmente 35 associações de fornecedores e mais de 12 mil produtores de cana-de-açúcar, a recuperação da cana dependerá das condições climáticas futuras. “A rebrote da cana só ocorrerá de forma adequada com a chegada de chuvas uniformes e volumosas. A taxa de plantio, a área disponível para colheita no próximo ano e o clima seco podem impactar a safra futura, mas ainda é cedo para previsões definitivas, pois tudo dependerá das condições climáticas nos próximos meses”, conclui Nogueira.
Fonte: Orplana