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Expectativa de alta nos preços do feijão

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O Instituto Brasileiro de Feijão e Pulses (IBRAFE) prevê que o preço do feijão pode subir até 30% nos próximos meses devido ao calor e à seca. Essa mudança deve ser sentida a partir de outubro, à medida que a oferta do produto diminui.

Marcelo Lüders, presidente do IBRAFE, alerta que, embora os estoques atuais ainda mantenham os preços estáveis, a situação mudará em breve. “Nos supermercados e no varejo, os preços devem aumentar drasticamente no final de outubro e durante novembro”, explica.

A colheita recente da terceira safra, com 812,5 mil toneladas, ajudou a manter a estabilidade dos preços até agora. No entanto, os problemas climáticos, especialmente no Paraná, maior produtor de feijão do Brasil, começam a preocupar. A seca atrasou o plantio, que deve se agravar nas próximas semanas, apesar de a probabilidade de geadas ser menor. O ritmo de semeadura permanece inferior ao de anos anteriores, impactando a produção.

Para 2024, espera-se um aumento de 22% na área plantada de feijão na primeira safra, alcançando 131 mil hectares. Com boas condições climáticas, a colheita pode atingir 251 mil toneladas, representando um aumento de 57% em relação a 2023, ano em que a produtividade foi afetada por dias nublados.

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Esse aumento na área plantada é impulsionado pelos preços atrativos do feijão preto, que fechou agosto com média de R$ 236,83 por saca, 7% acima do ano anterior. Em setembro, o preço ultrapassou R$ 300,00 em algumas regiões. Apesar da expectativa de aumento na oferta em dezembro, os preços devem permanecer elevados até que a colheita se concretize.

Além disso, o crescimento das exportações contribui para a pressão sobre os preços. Atualmente, o mercado nacional está mais concentrado no feijão carioca, que registrou uma queda de 13% nos preços nos últimos 12 meses, limitando a expansão da área destinada a essa variedade. A soja, mesmo com queda nos valores, ainda ocupa 93% da área de grãos da primeira safra, enquanto o feijão representa apenas 2%.

Os preços do feijão só devem cair significativamente em abril de 2024. “Pode haver um pequeno alívio em janeiro, mas uma melhora consistente será apenas em abril ou maio”, afirma Lüders. Ele também defende a ampliação das áreas irrigadas para garantir uma produção mais estável e atender à crescente demanda do mercado interno.

Essa estratégia é crucial para evitar problemas futuros de oferta e assegurar o abastecimento do mercado, especialmente diante das dificuldades em importar feijão para atender à demanda brasileira.

Fonte: Agro em campo