A semana começou com forte movimento de alta para pecuária bovina de corte, em especial no gado pronto para abate, contrariando o cenário tradicional de mercado mais lento do começo semanal. O fato é que o mês de setembro teve os maiores valores para arroba de bovinos e, já digo, que teve, pois os primeiros registros da manhã de terça-feira já superavam as marcas de setembro.
Todos os fatores apontam para continuidade de alta para animais prontos para abate, a força da entrada de animais de confinamento no mercado, podem no máximo, desacelerar a elevação verificada. A valorização do gado gordo e redução de escala de abates são proporcionais a forte redução de pastagens, agravada pelo clima seco.
Quando digo que a entrada de animais de confinamento não possui peso para estancar a alta, mas que pode reduzir o ritmo de alta, está muito ligado ao hiato entre falta de animais a pasto e entrada dos animais em confinamento, em volume suficiente para manter a oferta equilibrada com a demanda. Os abates seguem expressivos e as exportações recordes (números finais de setembro serão apresentados na sexta-feira), a arroba valorizando, mas não chega a ser um problema, afinal a indústria frigorífica de maneira geral, não só a exportadora, tem o maior faturamento da história em 2024.
Então, em relação aos preços praticados nas principais praças de negociação do país, é necessário destacar que há descolamentos claros de negociação de algumas regiões produtoras que têm forte escassez de oferta tanto em torno da referência, quanto ao mercado futuro. Os preços da arroba do boi comum em São Paulo abriram a semana em R$ 265,00 e em Campo Grande em R$ 275,00, com negócios encontrados em R$ 285,00, considerando programas específicos de abate com premiação na última localidade citada.
A primeira quinzena de outubro deve ser marcada por um ritmo ainda mais intenso de altas, salvo ter entradas muito expressivas de gado de confinamento, em especial no Mato Grosso e Goiás. Não é só o boi gordo que sobe, o gado magro também, até mais que a primeira categoria citada. A equação é clara: confinar animais está sendo rentável para vários grupos empresariais, mas estes animais só vão ter condições de “ir para o gancho” no final de dezembro e começo de janeiro.
Fonte: Fabiano Reis/ Canal Pecuarista