O mercado físico do boi gordo mantém ritmo acelerado de alta em grande parte do país. A expectativa de curto prazo ainda remete à continuidade deste movimento, em linha com a posição das escalas de abate, que seguem encurtadas.
De acordo com o analista da consultoria Safras & Mercado, mesmo com preços mais altos, as indústrias não conseguem evoluir de maneira satisfatória suas escalas de abate, que seguem na menor posição da atual temporada.
“A demanda segue aquecida, em especial a demanda destinada às exportações, com embarques caminhando para um recorde na atual temporada”, disse.
Preços da arroba do boi
São Paulo: R$ 285,50
Goiás: R$ 267,50
Minas Gerais: R$ 277,94
Mato Grosso: R$ 243,04
Mato Grosso do Sul: R$ 280,57
Mercado atacadista
O mercado atacadista voltou a apresentar preços mais altos para a carne bovina, e o ambiente de negócios ainda sugere pela continuidade deste movimento no curto prazo, em linha com a entrada dos salários na economia, motivando a reposição ao longo da cadeia produtiva.
“Vale destacar que diante de uma agressiva alta dos preços da carne bovina o mais provável é que haja perda de competitividade se comparado as proteínas concorrentes, em especial se comparado a carne de frango”, salientou Iglesias.
O quarto dianteiro foi precificado a R$ 16,50 por quilo, alta de R$ 1,35. O quarto traseiro foi precificado a R$ 21,50 por quilo, alta de R$ 1,60. A ponta de agulha foi precificada a R$ 15,50, alta de R$ 0,50.
Câmbio
O dólar comercial encerrou a sessão em queda de 0,31%, sendo negociado a R$ 5,4455 para venda e a R$ 5,4435 para compra. Durante o dia, a moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 5,4049 e a máxima de R$ 5,4514.
Em janeiro, a arroba era negociada a R$ 249,65. Em junho, chegou ao menor valor, de R$ 220,70 e, a partir de então, vem experimentando um expressivo movimento de alta, atingindo R$ 255,45 em setembro.
Agora, cabe a pergunta: o que esperar para o restante do ano? De acordo com analista da consultoria Safras & Mercado Fernando Henrique Iglesias, as escalas de abate se encontram, atualmente, apertadas, trabalhando na menor posição da atual temporada.
“Outubro tem uma grande incidência de animais confinados no mercado brasileiro […]. Isso vai trazer um certo alívio nas escalas de abate, mas não quer dizer que os preços da arroba do boi vão passar a cair, devem continuar em alta, mas em velocidade de movimento um pouco mais lenta”.
Segundo ele, ainda que os indíces de chuva estejam melhorando agora em outubro, a recuperação das pastagens vai ser lenta.
“Nesse restante de 2024, o mercado vai ter que ‘se virar’ para atender toda essa demanda com animais terminados em confinamento. Só teremos animais terminados a pasto no mercado brasileiro em 2025, a depender da decisão de venda do pecuarista”.
Assim, de acordo com o analista, é possível, sim, que a arroba do boi gordo ultrapasse os R$ 300 já no início de 2025.
Por: Agênciaq Safras