O programa “Combustível do Futuro” vai beneficiar diretamente o desenvolvimento da cadeia produtiva de bioenergia em Mato Grosso do Sul, consolidando o setor no Estado como um dos maiores do país. A avaliação é do secretário Jaime Verruck, da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação). O programa, do governo federal, é considerado o maior esforço de descarbonização da matriz de transportes e mobilidade do mundo, posicionando o Brasil como uma potência global no uso de biocombustíveis e tecnologias limpas. O lançamento foi realizado em 8 de outubro de 2024, o com a sanção do PL 528/2020.
De acordo com o titular da Semadesc, Mato Grosso do Sul, que já tem uma sólida base produtiva no setor de bioenergia, se beneficia diretamente desse avanço. “Nosso Estado se alinha perfeitamente com as diretrizes do programa. Esta é uma iniciativa extremamente relevante. O Mato Grosso do Sul já tem se posicionado fortemente em uma linha estratégica de desenvolvimento da cadeia de bioenergia, incluindo o biocombustível e a agroindustrialização. Com este programa, damos um salto ainda maior no desenvolvimento sustentável”, comentou.
Com o Programa “Combustível do Futuro”, Mato Grosso do Sul tem a oportunidade de ampliar suas cadeias de produção de biocombustíveis, como etanol e biodiesel. O Estado é hoje um dos maiores produtores de etanol de milho e de cana no Brasil, e a perspectiva é que essa produção cresça ainda mais. “Nós somos grandes produtores de etanol, e dentro dessa linha, o programa traz uma estrutura que reforça a competitividade da nossa produção. Essa iniciativa proporciona ao estado novas oportunidades para agregar valor ao biodiesel e ao etanol, expandindo significativamente a indústria de biocombustível”, destacou o secretário.
A produção de biometano também é um ponto forte na estratégia de descarbonização sul-mato-grossense. “Mato Grosso do Sul já está avançando em vários projetos de produção de biometano a partir de vinhaça e bagaço, substituindo o uso de diesel. Temos grandes projetos de biometano, e essa lei acelera ainda mais o desenvolvimento dessa cadeia. O biometano entra no Programa Nacional de Biometano, que incentiva sua produção e comercialização, e é uma das chaves para a descarbonização do transporte pesado no Brasil”, afirmou.
O SAF (Combustível Sustentável de Aviação) é outra linha estratégica fomentada pelo Governo do Estado, que já está em tratativas com players do setor para iniciar a produção local. “O programa do governo federal traz metas ambiciosas de descarbonização do setor aéreo. O SAF é o vetor de descarbonização do setor de aviação civil, que hoje tem emissões extremamente significativas. Com o programa, o Brasil tem uma meta de substituir 1% do combustível de aviação por SAF até 2027, e 10% até 2037. O Mato Grosso do Sul está bem posicionado para entrar nessa corrida, com o potencial de se tornar um grande produtor”, disse Verruck.
Outro destaque é o Diesel Verde, que assim como o SAF, é produzido a partir de matérias-primas renováveis, como gorduras vegetais e animais, etanol e resíduos. “O Diesel Verde tem um papel crucial para reduzir a dependência do diesel fóssil. O Mato Grosso do Sul, com sua forte base no agronegócio, tem tudo para se beneficiar dessa transição para combustíveis de baixa emissão de carbono”, comentou o secretário.
Fomento à inovação é oportunidade para MS
A inovação tecnológica também é uma peça central do Programa “Combustível do Futuro”. A regulamentação da Captura e Estocagem Geológica de Carbono (CCS) foi incluída na nova legislação, e o Mato Grosso do Sul já está avançando nesse campo. “Nós temos empresas em fase de prospecção no estado para implementação de projetos de captura e estocagem de carbono no subsolo. Isso não só reduz as emissões de gases de efeito estufa, mas também oferece uma nova fronteira para o desenvolvimento tecnológico no estado”, explica Jaime Verruck.
Na avaliação do titular da Semadesc, o Programa “Combustível do Futuro” vai além da descarbonização; ele é uma oportunidade para o Mato Grosso do Sul se consolidar como um dos maiores polos de inovação em bioenergia do Brasil. “O programa estabelece uma base regulatória sólida que vai acelerar o desenvolvimento da cadeia de biocombustíveis no nosso estado. Ele nos permite expandir ainda mais nossas atividades na produção de etanol, biodiesel, biometano, e agora, combustíveis sustentáveis para a aviação e diesel verde. Essa lei nos dá a base de regulação que precisávamos para continuar avançando. Temos grandes oportunidades para desenvolver ainda mais o setor de biocombustíveis e fortalecer nossa economia, sempre com foco na sustentabilidade e na inovação”, finalizou Jaime Verruck.
Marcelo Armôa, Semadesc