Anúncio no Caderno Agro: free

Setor lácteo termina 2024 com rentabilidade positiva

Compartilhe:

O ano de 2024 está sendo positivo para o setor lácteo brasileiro, após os desafios enfrentados em 2023. Há níveis adequados de rentabilidade para produtores com preços melhorando ao longo do ano e custos de produção relativamente mais estáveis. A indústria também manteve suas margens e aumentou as vendas por conta da melhoria na renda e no emprego.

Nos primeiros nove meses do ano de 2024 a produção de leite sob inspeção avançou 1,57% em comparação com 2023. No entanto, ocorreu grandes desafios climáticos, notadamente no Rio Grande do Sul que enfrentou a maior inundação dos últimos 40 anos e um clima mais quente e seco no terceiro trimestre.

A produção de leite no Brasil, conforme previsão do CILEITE/Embrapa deve avançar 1,6% em volume em 2024, comparado com 2023. As importações devem permanecer em patamares elevados, subindo cerca de 6% em relação a 2023, com um volume próximo de 2,2 bilhões de litros equivalentes.

No âmbito de preços, é esperado preços ainda firmes no mercado internacional em 2025, devido às dificuldades de aumento da oferta global pela Europa e pela Oceania. Essas restrições estão ancoradas nas regulamentações ambientais, volatilidade climática e custo da mão de obra.

Continua depois do anúncio

A demanda global tende a se manter equilibrada no agregado em 2025. As compras menores da China devem ser substituídas pelo sudeste asiático sustentando as compras globais com crescimento demográfico e econômico.

Para o Brasil, a desvalorização cambial tende a frear um pouco as importações, mas os volumes ainda tendem a seguir elevados, considerando os preços relativamente mais altos dos lácteos brasileiros.

É esperado que o preço ao produtor, no primeiro semestre de 2025, siga em linha com os praticados em 2024. Para o segundo semestre, espera-se queda nos preços já que a melhoria das margens ao produtor tende a estimular a produção, fortalecendo a oferta de leite. Também é preciso maior atenção aos custos de produção que vêm sendo majorados por incertezas de oferta interna no mercado de milho, além de um cenário complicado no ambiente internacional, com potencial para impactar preços de petróleo e fertilizantes. PIB de 1,8% em 2025, inflação próxima de 4% e desemprego em patamares baixos, deve sustentar o consumo de lácteos e permitir alguns ganhos adicionais em volume para a indústria.

Em síntese, o ano de 2025 é esperado que seja também um bom ano, mas aquém do que tem sido o de 2024. Os desafios climáticos e as incertezas macroeconômicas do Brasil, podem afetar o desempenho da economia, com reflexo no setor lácteo nacional.
 

Informações: Centro de Inteligência do Leite