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Do facão para o joystick: no dia do cortador de cana, veja a transformação do setor

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Dia do cortador de cana: como o setor se transformou em sinônimo de bons ganhos e qualidade de trabalho. “Trabalho no corte de cana tem dias contados, diz estudo”, esta era a manchete do jornal Repórter Brasil em setembro de 2007. A matéria tratava do acordo entre usineiros e governo para melhorar as condições de trabalho e da mecanização nas lavouras, com prazo de 10 anos. Hoje, no dia dos cortadores de cana e passados 17 anos, o setor vive outra realidade, moderna e mais lucrativa para os trabalhadores do setor.

De “boias frias”, os cortadores de cana se transformaram em técnicos operacionais, com cursos e formação técnica para operação e manutenção de máquinas milionárias que hoje fazem o processo de colheita. O que antes era um trabalho exaustivo e um dos principais centros de trabalho com condições análogas à escravidão do país, tornou-se prospero.

Trabalhador no corte da cana | Foto: Daniela Penha

Uma pessoa para se tornar operador de colheitadeira de cana hoje, precisa ter um curso técnico, em alguns casos oferecidos por entidades ligadas ao agro como o SENAR, ou particulares que variam entre R$ 600,00 a R$ 1.500,00, com carga horária e torno de 40 horas e requisitos como ser maior de 18 anos e possuir CNH B, qualificação que, além de tornar o trabalho antes braçal em algo mais cômodo, oferece melhores ganhos.

Com salário médio de R$ 3.015,00 e uma jornada de 44 horas semanais, a profissão se tornou mais segura, já que possui todos os direitos trabalhistas garantidos pelo CLT, onde algumas empresas garantem ainda benefícios como vale-alimentação, seguro de vida, plano odontológico, transporte e moradia.

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Colheitadeira de cana trabalhando: maior produtividade e condições de trabalho.

No Mato Grosso do Sul, 800 mil hectares espalhados em 42 municípios e 20 usinas instaladas causam um impacto econômico significativo, além de trazer e benefícios gerados pelo setor sucroenergético, com concentração de 78% das lavouras de cana-de-açúcar na região Cone Sul e uma representatividade de 16% do PIB (Produto Interno Bruto) Industrial. Para fazer a roda girar em uma cultura tão rica, é necessária muita mão de obra.

Hoje, o setor emprega cerca de 30 mil trabalhadores em Mato Grosso do Sul, que somado a toda a cadeia produtiva do setor, agregando geração de energia, açúcar e biomassa, pode chegar a 120 mil empregos diretos e indiretos. Isso mostra que a evolução e modernização do agronegócio promovem melhores condições de trabalho e maior rentabilidade aos colaboradores, com qualificação e parcerias entre os governos e o setor privado. No caso específico da cana, eliminou-se uma condição dura de trabalho mal remunerado e cansativo, enormes números de emissão de CO₂ com o fim das queimadas da lavoura, em um ambiente de segurança e conforto aos trabalhadores e suas famílias e amiga do planeta.

Por: Henrique Theotônio