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Por que Lira flerta com o comando do Ministério da Agricultura?

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Desde que a CNN noticiou, na tarde desta quarta-feira (16), que Arthur Lira poderia, após a deixar a presidência da Câmara dos Deputados no dia 1º de fevereiro, assumir o Ministério da Agricultura, os corredores de Brasília ficaram mais movimentados e especulativos. Por que Lira iria querer o MAPA e o por que Lula quer o deputado como seu ministro? Apoio e trânsito político, ambos querem. O presidente, para alguns de seus própositos e a garantia de um interlocutor efetivo no Congresso Nacional, e o deputado do Progressistas está, claramente, pensando em seu futuro político.

Como explicou o cientista político do Canal Dextra, Paulo Moura, em entrevista ao Notícias Agrícolas, garantindo o ministério, Lira garantiria ainda que mantém seu poder e influência sobre o plenário, do mesmo modo sobre o futuro presidente da Câmara dos Deputados. Além disso, o partido do deputado – o Progressistas – é um partido que tem raízes fortes no agronegócio. 

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“Nesse momento em que o governo está precisando dar mais espaço ao centrão, essa influência do Lira sobre a Câmara dos Deputados é importante. E o PP está de olho em dois ministérios onde eles têm tradição de atuação. Um é a Saúde e o outro possível é a Agricultura, que são ministérios com orçamentos, com capilaridade nacional e, consequentemente, com condições de ‘cacifar’ o partido. Lira não está buscando alguma coisa só para ele, mas para o partido”, detalha Moura. 

Mais do que isso, o cientista explica que não se sabe ainda, ao certo, se Lira assumiria de fato um ministério, colocando os dois pés no Governo Lula, por suas diferenças que tem com Renan Calheiros (MDB) em Alagoas. “O Lira costuma se alinhar ao bolsonarismo, e a turma do Calheiros ao Lula na disputa regional em Alagoas. Mas, o PP pode indicar alguém, o próprio Lira pode ser quem indique o próximo ministro. Não sei se ele mesmo seria o novo ministro”, complementa.

Lira deixa a presidência da Câmara em fevereiro

As informações de bastidores dão conta de que Lula está disposto a dar a Arthur Lira o cargo que ele pleitear, pois entende o importante trânsito que o deputado tem entre as frentes políticas, em especial no Centrão. Enquanto presidente da Câmara, além do mais, sua atuação junto da FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária)foi produtiva, também marcada por bom trânsito e o acolhimento de pautas decisivas e urgentes do setor, ao mesmo tempo em que suas atenções estavam voltadas aos pleitos do governo e em que momento os embates poderiam acontecer. 

As especulações ainda apontavam, inclusive, de acordo com a apuração da CNN, que Lira poderia pleitear ainda a presidência da FPA ou alguma diretoria da frente, no intuito de engrossar o coro da bancada do agronegócio no Congresso Nacional. Os especialistas, todavia, acreditam que isso seja o menos provável. 

A reforma ministerial de Lula está em curso e os sinais seriam de que poderia ser efetivada apenas no início de fevereiro, depois da troca dos ‘comandantes’ do Congresso Nacional, que acontece no próximo dia 1º. No entanto, as expectativas são de que Lula e Lira devem se encontrar ainda neste mês para tratar do futuro político do deputado, de onde ele pode se encaixar e onde ambos podem ganhar com essa nova parceria, em especial o aperto de mão público e oficial que poderia colocar Lira no Governo Lula. 

Por: Carla Mendes/Notícias Agrícolas