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Safra do café em 2024 totaliza 54,2 milhões de sacas

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Rota do Café - Fazenda Palmeira - Distrito de Santa Mariana - Londrina/PR. Foto: José Fernando Ogura/ANPr

As condições climáticas apresentaram grandes desafios para o setor cafeeiro nos últimos quatro anos, com geadas, escassez hídrica e temperaturas elevadas decorrentes de fenômenos climáticos. 

O clima desfavorável registrado no ano passado e no fim de 2023 impactou importantes áreas produtoras de café, reduzindo a produtividade média das lavouras. Assim, a safra do grão foi encerrada com uma estimativa de 54,2 milhões de sacas de 60 kg, conforme o 4º e último levantamento do ciclo de 2024, divulgado nesta terça-feira (21/01) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). 

O volume é 1,6% inferior ao produzido na safra de 2023. Em comparação a 2022, último ano de alta bienalidade, houve um crescimento de 3,3 milhões de sacas.

A área total destinada à cafeicultura no Brasil, em 2024, é de 2,23 milhões de hectares, sendo 1,88 milhão de hectares com lavouras em produção e 353,6 mil hectares em formação. A produtividade média nacional foi de 28,8 scs/ha, uma redução de 1,9% em relação à safra de 2023.

Minas Gerais, maior estado produtor de café no país, responsável por 52% da produção nacional, colheu 28,1 milhões de sacas, uma queda de 3,1% em comparação à safra anterior. Essa redução foi provocada por períodos de seca e altas temperaturas durante o ciclo das lavouras, agravados a partir de abril, quando as chuvas praticamente cessaram em todo o estado, com precipitações esparsas e de baixo volume.

Arábica e Conilon

Entre as espécies, o arábica apresentou um pequeno incremento de 0,2% no desempenho médio, apesar do ciclo de bienalidade positiva, devido às condições climáticas adversas enfrentadas durante o desenvolvimento das lavouras, especialmente em Minas Gerais. Com isso, a produção de arábica totalizou 39,6 milhões de sacas de café beneficiado, um aumento de 1,8% em relação à safra anterior.

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Para o conilon, a Conab verificou uma redução de 5,9% na produtividade média, alcançando 39,2 scs/ha, resultando em uma safra de 14,6 milhões de sacas. No Espírito Santo, a produção atingiu 9,8 milhões de sacas, uma queda de 3,1% em comparação a 2023. Apesar do ciclo promissor no estado no início, as condições climáticas entre outubro e dezembro de 2023, marcadas por intensas ondas de calor, prejudicaram o potencial produtivo da safra de 2024.

O levantamento no Espírito Santo é realizado em parceria com o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), e possíveis divergências com outras instituições são avaliadas pela Conab.

Outro produtor relevante de conilon, Rondônia, registrou uma safra de pouco mais de 2 milhões de sacas de café, 31,2% abaixo do resultado da safra anterior. Assim como no Espírito Santo, o clima desfavorável do final de 2023 também impactou o volume colhido no estado, além do ajuste de área devido ao mapeamento.

Mercado

O Brasil exportou 50,5 milhões de sacas de 60 kg de café em 2024, estabelecendo um novo recorde e registrando uma alta de 28,8% em comparação ao ano anterior, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). As exportações geraram uma receita de US$ 12,3 bilhões, o maior valor já registrado, com um aumento de 52,6% em relação a 2023.

O volume exportado inclui estoques de produção de diferentes anos-safra, o que demonstra que o quadro de suprimento não pode considerar apenas a produção da última safra.

Entre os fatores que impulsionaram o crescimento das exportações em 2024 estão a valorização do café no mercado internacional e a alta do dólar. O cenário global ajustado de oferta e demanda favoreceu o aumento dos preços no ano passado, mesmo com a recuperação da produção em alguns países. Adicionalmente, adversidades climáticas em importantes nações produtoras limitaram a recuperação da oferta futura, contribuindo para a alta nos preços.

Informações: Companhia Nacional de Abastecimento