Em missão no Brasil, a representante da empresa se reuniu com a equipe da ApexBrasil e representantes de organizações do setor cafeeiro brasileiro para debater estratégias de divulgação do café no mercado chinês
A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) recebeu, nesta quarta-feira (14/8), a visita de uma comitiva de representantes do grupo chinês Luckin Coffee. A empresa é parceira da ApexBrasil para a comercialização e divulgação do café brasileiro na China. “Esse ano, completamos 50 anos de relações diplomáticas entre Brasil e China. Nossa visita é também uma retribuição à visita do vice-presidente Geraldo Alckmin à China, em junho deste ano”, afirmou Yan Yan Sabrina Zhao, chefe de Desenvolvimento Sustentável da Luckin Coffee.
A executiva fez questão de enfatizar a potência do café brasileiro. “Sabemos que o Brasil é o maior produtor e o maior exportador de café do mundo, e o maior produtor de grãos de café arábico do mundo. Para nós, divulgar o café do Brasil quer dizer divulgar o melhor café do mundo”, elogiou.
A Luckin Coffee é líder em cafeterias na China. Fundada em 2017, a rede possui 20 mil lojas, com 110 mil funcionários e 69 milhões de clientes no país asiático. No ano passado, o faturamento da empresa chegou a 24,9 bilhões de Yuan chinês. É uma das maiores empresas da China. “Nossas ambições não se limitam à China. Queremos criar uma marca mundial de café. Por isso, importamos as melhores matérias-primas do mundo, inclusive, café produzido pelo Brasil. Sempre exigimos os melhores cafés arábicos do mundo. Desde o ano passado, enviamos vários pesquisadores atrás dos melhores fornecedores de cafés do mundo, inclusive chefiados por mestres da WBC (World Barista Championship). Nossos grupos de pesquisa já chegaram na Etiópia, Panamá, Indonésia e agora estão no Brasil”, destacou Yan Yan Sabrina Zhao.
O presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, acredita que a parceria com a Luckin Coffee vai alavancar a marca Brasil na exportação e no consumo de café no mundo. “Recebemos aqui o maior grupo chinês de cafeterias, que tem 20 mil lojas de vendas de café na China e já começou a comprar café do Brasil. Eles são gigantes e querem conquistar o mundo. Essa parceria vai impulsionar a internacionalização do café brasileiro e da marca Brasil”, afirmou, acrescentando que o desafio da ApexBrasil e das organizações do setor cafeeiro brasileiro é levar a marca Brasil de café para o mundo inteiro: “queremos nosso produto em todas a cafeterias do planeta”.
Novo destaque
Durante a reunião, Jorge Viana também apresentou aos representantes da empresa chinesa a variedade de café robusta, da espécie Canephora. “Uma grande mudança está acontecendo no consumo de café no mundo. Hoje, o café arábico é o mais consumido. No entanto, outras variedades estão entrando com força no mercado, como é o caso da robusta, que é muito usada na indústria de cafés solúveis. É um café de qualidade, que vem sendo trabalhado para se tornar gourmet. O Brasil, que hoje é o maior produtor de arábica do mundo, vai caminhar para ser o maior produtor de robusta e deve passar o Vietnã nessa liderança. Isso não vai demorar muito”, ressaltou.
O café robusta também foi defendido pelo presidente do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Márcio Cândido Ferreira. “Hoje com a demanda enorme de sustentabilidade, o café robusta atende ao quesito de poder ser produzido em larga escala usando menos área de plantio. O café arábico alcança, na média, 50 sacas por hectare, enquanto o nosso colinon robusta tem potencial para mais de 100 sacas por hectare”, explicou. Márcio Cândido acrescentou que as condições atuais de pesquisa e tecnologia elevaram o café colinon robusta a um patamar de qualidade bastante avançado. “Anteriormente, as grandes marcas do mundo colocavam o robusta nos blends mas não declaravam. Hoje, elas fazem questão de dizer que têm robusta no blend”, frisou.
Brasileiro campeão
A reunião contou também com a presença de Dionatan Almeida, campeão do World Cup Tasters Championship 2024. O brasileiro é provador e classificador de cafés nas Fazendas Caxambu e Aracaçu, ambas localizadas em Três Pontas (MG). Já em sua primeira experiência internacional, ele retorna com o título de campeão mundial inédito para o Brasil. “Essa parceria com a Luckin Coffee é muito importante porque a China não era um país que tradicionalmente consumia café e, agora, está despertando para isso. Com o tamanho de sua população, esse consumo trará muitos frutos para o Brasil”, destacou Dionatan Almeida.
Parceiros
A reunião contou ainda com a presença do CEO do Cecafé, Marcos Matos; do CEO da BSCA – Brazilian Specialty Coffee, Vinícius Estrela; do diretor de Relações Institucionais da Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (ABICS), Aguinaldo José de Lima; do diretor-gerente da C&D Recursos Naturais do Brasil Ltda, João Zhao; e da chefe do Departamento de Trading @ Centro de Suprimentos de Café da Luckin Coffee, Teresa Fan.
Missão à China
Em junho deste ano, durante a visita do vice-presidente Geraldo Alckmin à China, a ApexBrasil e a Luckin Coffee assinaram, em Pequim, um Protocolo de Intenções para promover o café brasileiro no mercado chinês. O acordo visa aumentar a conscientização na China sobre a alta qualidade e a sustentabilidade ambiental do café produzido no Brasil. A parceria faz parte do projeto “Brasil na Vitrine”, iniciativa da Agência juntamente com grandes players do varejo internacional para estimular as vendas de produtos brasileiros.
Por: Apex