A participação do Governo do Estado na SIAVS 2024 (Salão Internacional de Proteína Animal) que neste ano também trouxe a cadeia da piscicultura, continua rendendo bons frutos e possibilidades de novos projetos para o Mato Grosso do Sul. Desta vez é a piscicultura sul-mato-grossense, que à exemplo das demais cadeias de proteína animal, tem espaço para ampliar a produção no Estado que hoje está próxima das 35 mil toneladas de peixes ao ano.
Tratativas neste sentido foram debatidas durante encontro no SIAVS o secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) Jaime Verruck e secretário-executivo da Semadesc, Rogério Beretta visitaram a diretoria do grupo Pluma, que produz frango pela empresa Bello Alimentos, e a tilápia pela Mar e Terra, em Itaporã.
Segundo o secretário-executivo de Desenvolvimento Econômico-Sustentável, Rogério Beretta, a conversa iniciada durante a SIAVS com a diretoria do Grupo Pluma culminou com uma visita a fazenda de produção da empresa em Itaporã na última quinta-feira (15). Ele foi recebeido pelo gerente geral da unidade da Mar e Terra, Gustavo Pchirmer. “Nosso objetivo foi conversar com a empresa para saber de que maneira podemos atender o maior número de produtores, elevar a produção a receita e garantir segurança alimentar para a nossa população”, frisou o secretário-executivo.
Hoje o frigorífico Mar e Terra tem capacidade de 60 toneladas por dia e estão abatendo 25 toneladas. Mas, segundo Beretta, a indústria tem condições com o sistema de produção atual de elevar o abate para 30 toneladas por dia. O objetivo do grupo é chegar a até o final do ano 40 toneladas por dia e depois caminhar para o uso de total capacidade.
“A visita foi viabilizada através de um contato que tivemos no SIAVS no início do mês, junto com a diretoria da Bello Alimentos. Tivemos acesso ao plano de expansão de abates em Itaporã e diante deste projeto viemos aqui hoje para conhecer e verificar os gargalos que estão atrapalhando os investimentos da empresa”, salientou Beretta.
No encontro o secretário também visitou fazendas de produtores, que fazem criação intensiva com 5 peixes por metro quadrado e o não-intensivo que cria um peixe por metro quadrado.
Ele destacou que a fazenda é um importante polo de produção de pescados. “Conhecemos as peculiaridades da produção, sistema de areação, sistema de tratamento automatizado. Verificamos a alta tecnologia sendo utilizada na produção de mais de 50 toneladas de tilápia por hectare”, citou.
Após a visita, Beretta reuniu-se com o gerente da Mar e Terra, para discutir quais as políticas públicas que o Governo do Estado pode trazer para viabilizar esta expansão.
“Pedimos à direção da Mar e Terra que apresentasse o projeto de expansão para podermos fazer uma adequaçao das politicas públicas. Além disso vamos ver a carteira de projetos de concessão de créditos pelo FCO para poder ajustar as linhas e trazer maior número de produtores para o sistema integrado da Bello. Com mais produtores poderemos dar mais condições para a indústria chegar as 40 toneladas por dia até o final deste ano e no próximo ano chegar a 60 toneladas por dia”, concluiu.
Peixe Vida
Em 2023 foram produzidas 34.868 toneladas de peixe em Mato Grosso do Sul, sendo 3.304 toneladas de peixes nativos. Com isso MS é o 8º produtor de pescado do Brasil.
Um dos pilares da Semadesc para atrair investimentos no setor é o Subprograma Peixe Vida visa a estimular os produtores do Estado a explorar de forma sustentável a atividade de produção de peixes; através do cadastramento de piscicultores com vistas ao benefício de incentivo fiscal; como alternativas de diversificação da produção nas propriedades rurais.
Hoje o subprograma conta com 79 produtores cadastrados e quatro indústrias credenciadas: Mar e Terra Indústria e Comércio de Peixe S/A em Itaporã; Amer Farhat – EIRELI em Angélica; Buriti Indústria e Comércio de Peixe Ltda. em Dois Irmãos do Buriti e R.M. Distribuidora de Alimentos Ltda, em Mundo Novo.
O secretário Beretta explica que o cadastramento ao Peixe Vida deve ser feito por um responsável técnico (agrônomo, veterinário, zootecnista, biólogo, engenheiro de pesca). O programa garante bonificação para alevinos: sendo isenção de ICMS nas operações internas e redução de 60% na alíquota de ICMS nas operações interestaduais.
No caso dos peixes a bonificação nas operações internas é de incentivo financeiro correspondente a 50% da alíquota do ICMS (3,5%); e nas operações interestaduais: crédito outorgado no valor correspondente de 50% de alíquota do ICMS (6,0%).
Rosana Siqueira, da Semadesc
Fotos – Mairinco de Pauda