Mapa atualizado da aptidão agrícola das terras do Brasil já está disponível para uso público e planejamento regional

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Já está disponível para acesso gratuito o novo Mapa de Aptidão Agrícola das Terras do Brasil, na escala 1:500.000, que indica o potencial produtivo das áreas do território nacional para lavouras em três níveis de manejo, além de usos menos intensivos como pastagens e silvicultura. A atualização é fruto de uma parceria entre a Embrapa Solos, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), com base em metodologia reconhecida nacionalmente e dados técnicos de diversas instituições.

O lançamento oficial será realizado durante a solenidade dos 50 anos da Embrapa Solos, nesta quarta-feira (28), no Rio de Janeiro. A versão digital do mapa pode ser acessada nas plataformas GeoInfo da Embrapa e PronaSolos.

Planejamento agrícola e políticas públicas

Com abrangência nacional, o novo mapa serve de suporte para o direcionamento de políticas públicas, decisões estratégicas em planejamento territorial e iniciativas ligadas à sustentabilidade agrícola. Devido à escala adotada, seu uso é mais indicado para planejamento em nível regional, como estados, bacias hidrográficas e microrregiões. Os dados podem orientar desde o zoneamento produtivo e o uso da terra até a implantação de infraestrutura rural e ações de conservação do solo.

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Segundo o pesquisador José Francisco Lumbreras, da Embrapa, o mapeamento pode embasar programas como o PronaSolos e o Zoneamento de Risco Climático (Zarc), além de auxiliar na definição de áreas prioritárias para projetos de extensão rural, incentivos agrícolas e preservação ambiental.

Potencial produtivo e níveis tecnológicos

A metodologia utilizada classifica as terras quanto ao seu potencial para lavouras em três níveis de manejo:

  • A (baixo nível tecnológico): técnicas simples e rudimentares, voltadas à agricultura familiar;
  • B (médio nível tecnológico): emprego de práticas intermediárias, apropriadas a produtores com alguma capacidade de investimento;
  • C (alto nível tecnológico): agricultura moderna e tecnificada, com uso intensivo de insumos e capital.

Além das lavouras, foram avaliadas alternativas de uso menos intensivo, como pastagem plantada, pastagem nativa e silvicultura. A classificação final indica se as terras são boas, regulares ou restritas para cada uma dessas finalidades, em função de fatores como fertilidade, disponibilidade de água, suscetibilidade à erosão, possibilidade de mecanização e impedimentos ao enraizamento, no caso das florestas plantadas.

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O pesquisador Amaury de Carvalho Filho explica que a metodologia permite contemplar desde pequenos produtores até o agronegócio em escala empresarial.

“Terras que não são apropriadas para agricultura mecanizada, por exemplo, podem ser ideais para a agricultura familiar, com baixo investimento, mas boa rentabilidade”, destaca.

Exclusão de áreas preservadas

Para preservar o bioma amazônico e áreas protegidas, foram excluídas do levantamento as unidades de conservação federais e estaduais, terras indígenas e áreas não desmatadas da Amazônia Legal. Dessa forma, apenas as terras já incorporadas ao processo produtivo na região amazônica foram avaliadas quanto ao seu potencial agrícola.

Acesso ao mapa

O mapa pode ser acessado gratuitamente nos seguintes links:

Por: Gov.br