
Com a colheita do milho segunda safra ganhando ritmo em diversas regiões do país, o setor de transporte agrícola já sente os efeitos do aumento da demanda. De acordo com o Boletim Logístico de julho, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) nesta quarta-feira (23), o movimento de carga está em alta, impulsionando os preços dos fretes em importantes estados produtores. Paralelamente, as importações de fertilizantes continuam crescendo, sinalizando a confiança do produtor na próxima temporada agrícola.
Entre janeiro e junho de 2025, o Brasil importou 19,41 milhões de toneladas de fertilizantes, um crescimento de 9,29% em relação ao mesmo período do ano anterior. O porto de Paranaguá liderou o recebimento dos insumos, seguido pelos portos do Arco Norte e de Santos. A elevação nas compras ocorre mesmo em um cenário internacional incerto, o que demonstra otimismo quanto a safras futuras.
No mercado de grãos, as exportações de soja em junho somaram 13,42 milhões de toneladas, uma leve retração frente a maio. O porto de Santos concentrou 36,9% dos embarques, e o Arco Norte, 38,5%. Já as exportações de milho foram de 6,4 milhões de toneladas, abaixo do volume registrado em junho de 2024, com destaque para os portos de Santos e São Francisco do Sul.
Apesar da redução nos embarques, o milho pressiona a logística interna. A chegada da safrinha, associada ao escoamento da soja ainda armazenada, elevou os preços dos fretes em estados como Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Maranhão e Distrito Federal. Em contrapartida, houve queda nas tarifas na Bahia e em algumas rotas do Paraná, por conta da grande oferta de caminhões. Em Minas Gerais e Piauí, os preços ficaram estáveis.
A produção de farelo de soja também segue firme. Com maior processamento do grão, a estimativa é de 43,78 milhões de toneladas produzidas em 2025, sendo 11,5 milhões de toneladas exportadas no primeiro semestre. A movimentação se concentra nos portos de Santos, Paranaguá, Rio Grande e Salvador.
A Conab aponta que a tendência para os próximos meses é de pressão contínua sobre o transporte rodoviário, devido ao escoamento simultâneo das safras e à preparação da próxima temporada. O relatório completo com dados regionais e análise das principais rotas está disponível no site da Companhia.
Por: Conab
