Preços do boi gordo seguem oscilando em diversas praças do país

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Com as escalas tranquilas e um fraco escoamento de carne bovina no mercado doméstico, alguns frigoríficos de São Paulo aproveitaram a boa oferta de animais desta terça-feira (30/9) para negociar valores do boi gordo abaixo das referências de segunda-feira (29/9) — com exceção da vaca, cuja cotação não mudou, informa a Scot Consultoria.

Com isso, pelos números apurados pela Scot, o boi gordo sem padrão-exportação perdeu R$ 3/@ nesta terça, no mercado paulista, e agora vale R$ 302/@. 

Por sua vez, o “boi-China” registrou desvalorização diária de R$ 1/@, fechando o dia em R$ 307/@ — R$5/@ de ágio sobre a cotação do animal direcionado ao mercado interno paulista.

A maior baixa ficou para a novilha gorda, que recuou R$ 5/@ em São Paulo, para R$ 290/@. Segundo levantamento da Scot, as escalas de abate das indústrias paulistas atendem, em média, 11 dias. 

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Reajustes positivos em algumas praças
Dados coletados pela Agrifatto indicaram aumento nos preços do boi gordo em 5 das 17 praças monitoradas nesta terça-feira: AL, GO, MG, PA e TO. Nas demais regiões, os preços da arroba permaneceram estáveis, acrescenta a consultoria.

Segundo o zootecnista Felipe Fabbri, analista da Scot Consultoria, a oferta de animais terminados está confortável ao comprador e a demanda por carne bovina segue morosa no mercado interno, refletindo a menor capitalização da população. 

Enquanto isso, diz Fabbri, a taxa de ocupação dos confinamentos em 2025 superou o índice do ano anterior em todos os meses, elevando a oferta de bovinos oriunda de parceiros.

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Analistas da Agrifatto citam os mesmos fundamentos mencionados pela equipe da Scot. “Grandes frigoríficos continuam recorrendo a animais provenientes de parcerias e confinamentos próprios”, reforçam eles.

No entanto, pelo levantamento da Agrifatto, a oferta de animais para abate registrada nos últimos dias não foi suficiente para estender as escalas de abate além de 8-9 dias, na média nacional.

No mercado doméstico de carne bovina, ressalta a consultoria, a fraqueza do consumo doméstico mantém os preços no atacado em níveis baixos, mas ainda estáveis.

Exportações evitam quedas mais acentuadas
Enquanto a demanda interna promete recuperação lenta, as vendas externas assumem um papel central na manutenção das atividades e no equilíbrio do mercado pecuário, destacam os analistas da Agrifatto. 

Os embarques brasileiros de setembro/25 podem superar 300 mil toneladas de carne bovina fresca, congelada e resfriada, o que seria um novo recorde mensal para o setor, antecipa a consultoria. 

Fatores de alta
Segundo Fabbri, a virada de mês, período de pagamento dos salários, poderá dar tração ao consumo interno e a maior necessidade de reabastecimento das gôndolas no varejo.

O analista da Scot cita um outro fundamento de alta esperado para o curto prazo: a época sazonal de preparo da estação de monta nas propriedades do Brasil-Central e, consequentemente, a menor oferta de fêmeas aos frigoríficos – principalmente os menores.

Futuros sobem ligeiramente
Na segunda-feira (29/9), os contratos do boi gordo encerraram o pregão da B3 em alta. O papel com vencimento em dezembro/25 encerrou o o primeiro dia da semana cotado a R$ 324,45/@, com ligeira alta de 0,43% em comparação ao fechamento da sexta-feira (26/9).

Por: Portal DBO