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Desafios do monitoramento por satélite da intensificação agrícola no Cerrado

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O pesquisador Edson Sano, da Embrapa Cerrados, abordou os desafios e avanços na utilização de satélites para monitorar a intensificação agrícola no Cerrado durante o workshop sobre o sistema de monitoramento de carbono em larga escala (CMS4D). O evento, realizado de 13 a 15 de agosto na Universidade de Brasília, reuniu participantes presencialmente e online para discutir o impacto das tecnologias espaciais na agricultura sustentável.

Sano, especialista em sensoriamento remoto e geoprocessamento, destacou diversas tecnologias desenvolvidas para promover uma agricultura mais sustentável e minimizar impactos ambientais, como o sistema de plantio direto. Essa técnica, adotada por mais da metade das propriedades agrícolas do Brasil, oferece vantagens significativas como redução da erosão do solo e menores custos de mecanização. “Embora o plantio direto não seja uma tecnologia exclusiva da Embrapa, nossa participação foi fundamental para sua disseminação e sucesso”, explicou Sano.

O pesquisador também destacou o avanço da tecnologia de integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), que contribui para aumento das produtividades, sequestro de carbono e controle da erosão, ampliando o tempo de uso da terra nas fazendas.

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Entretanto, a intensificação agrícola apresenta desafios para o monitoramento via satélite. Sano observou que na década de 90, o monitoramento agrícola era feito com imagens do Landsat, convertidas em índices de vegetação, e que a criação de mapas levava até três anos. Hoje, com os avanços tecnológicos, a produção de mapas pode ser feita em minutos. Contudo, a complexidade dos sistemas agrícolas modernos, como o crescimento do milho safrinha, exige maior quantidade de imagens e informações para um monitoramento eficaz.

Sano mencionou dois satélites promissores para o futuro: o Biomass da agência espacial europeia, que pode diferenciar vários níveis de biomassa, e o ALOS-4 da agência espacial japonesa, que captura imagens independentemente da cobertura de nuvens. Esses avanços podem melhorar a precisão no monitoramento agrícola, mas ainda há desafios significativos a enfrentar.

“Um dos principais desafios é mapear pastagens degradadas com imagens de satélite, especialmente em pequenas propriedades. Além disso, calcular o estoque de carbono nos subsolos do Cerrado é uma área que precisa de mais pesquisa”, comentou Sano.

O workshop contou com o apoio de diversas instituições, incluindo a Universidade da Flórida e a Divisão de Ciências da Terra da NASA, e proporcionou um espaço valioso para discutir e avançar nas tecnologias de monitoramento e na promoção de práticas agrícolas sustentáveis.

Por: Embrapa Cerrados